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 | 13/07/2006 14h23min

Correspondente diz que Oriente Médio vive situação crítica

Nahum Sirotsky participou de entrevista online no clicRBS

O repórter Nahum Sirotsky, correspondente da RBS no Oriente Médio, avaliou nesta amanhã, em entrevista online no clicRBS, os conflitos que atingem a região e envolvem isralenses, libaneses e palestinos, desde o seqüestro de três soldados de Israel por parte do Hamas e do Hezbollah.

– Posso dizer que é um dos piores momentos dos últimos anos – disse Sirotsky.

Segundo o relato de Sirotsky, não há pânico em Israel em função dos ataques perpetrados pelo grupo radical libanês.

– No Norte, há um certo nervosismo, pois se sabe que os morteiros Katyusha do Hezbollah podem chegar longe, mas no centro, onde ficam Tel Aviv e Jerusalém, a vida está normal – contou nesta manhã o correspondente.

Sirotsky duvida que o conflito entre Israel e o Líbano se estenderá ao Irã.

 – Creio que haverá ameaças a Síria, onde vivem protegidas as lideranças dos grupos palestinos extremistas. O Hezbollah recebe suas armas via Síria. Não acredito em ataque ao Irã.

O correspondente relatou que é unânime, inclusive entre lideranças dos partidos de esquerda, o apoio à reação do governo israelense às ações da milícia libanesa.

Confira a íntegra da entrevista:

Pergunta – Como a população israelense está reagindo às ações em Gaza e no Líbano?
Nahum Sirotsky –
O Hezbollah atingiu várias cidades e centros. Já existem mortos e feridos. No Norte, há um certo nervosismo, pois se sabe que os morteiros Katyusha do Hezbollah podem chegar longe, mas no centro, onde ficam Tel Aviv e Jerusalém, a vida está normal.

Pergunta – Dentro de Israel, é unânime o apoio às ações militares nos países vizinhos?
Nahum Sirotsky –
Sim. É unânime inclusive entre lideranças dos partidos de esquerda. O rapto e ataque do Hezbollah de ontem pegou a tropa de surpresa. Israel agora tenta mudar o quadro.

Pergunta – Você acredita que o seqüestro de um soldado israelense em Gaza e dois no Líbano são ações coordenadas?
Nahum Sirotsky –
Não creio em coordenação, mas é claro que o Hezbollah tentou ajudar o Hamas de Gaza.

Pergunta de Internauta – Pelo jeito este conflito está longe de ter um fim?
Nahum Sirotsky –
  No norte, com o Hezbollah, Israel objetiva convencer Beirute a mandar a tropa do governo para a fronteira sul e dela afastar o Hezbollah. Na área de Gaza, talvez destruir a força do Hamas. Em ambos os lugares, Israel quer obter a libertação dos soldados sem condições.

Pergunta – Já há um balanço do número de vítimas nesses ataques?
Nahum Sirotsky –
 Pela primeira vez em décadas, cidades israelenses foram atingidas por Katyushas. Há mortos e feridos. Até agora, 4h30min, aqui, do lado de Israel, os oito soldados, dois raptados, e mortes em cidades.

Pergunta de Internauta– Como fica a população? Entra em pânico?
Nahum Sirotsky –
Não vi pânico, vejo sim nas áreas atingidas gente em estado de choque e levada a hospitais. Nada agradável ver explodir morteiros em casa.

Pergunta – Há possibilidade de uma ação militar israelense que abranja o Irã e a Síria, países que dariam suporte ao Hezbollah?
Nahum Sirotsky –
Creio que haverá ameaças a Síria, onde vivem protegidas as lideranças dos grupos palestinos extremistas. O Hezbollah recebe suas armas via Síria. Não acredito em ataque ao Irã.

Pergunta – Mas a Síria pode entrar no conflito? A tensão na região pode se estender para quais outros países?
Nahum Sirotsky –
 Aqui tudo é possível. As massas árabes, por exemplo, são fundamentalistas e antisraelenses. A Síria não tem condição de atacar, mas nada afirmo. Palpite é bobagem.

Pergunta – Para o senhor, quais são as perspectivas desse embate. A localidade de israelense de Safed foi atingida hoje por um foguete Katyusha. No Líbano, o saldo é de 47 mortos. Uma interferência da ONU pode resolver o conflito?
Nahum Sirotsky –
Uma guerra começa e não se sabe até onde vai. Esta pode demorar dias, semanas. Não se sabe.

Pergunta – Quais são das medidas de segurança que estão sendo adotadas em todo o território israelense para proteger a população dos ataques?
Nahum Sirotsky –
 No Centro, região de Jerusalém e Colônias, a policia aumentou seu alerta. De resto, a vida está normalíssima. No Norte, existe mais atenção dos militares que atuam contra o Líbano. A população está em alerta, pois pode ter de entrar em abrigos a qualquer momento.

Pergunta – A morte de uma família de brasileiros nos ataques ao Líbano e de uma argentina no território israelense podem provocar uma reação da comunidade internacional?
Nahum Sirotsky –
Não creio. Ninguém em luta sabe que vai atingir um brasileiro ou argentino. Atira-se contra o inimigo, mas a comunidade está preocupada, pois aqui tudo pode explodir em mais e mais lutas.

Pergunta – Das tensões existentes na região nos últimos anos, essa pode ser considerada a pior?
Nahum Sirotsky –
  Posso dizer que é um dos piores momentos dos últimos anos. O que acontece é que Israel está lutando em duas frentes. A situação é muito complexa. Não se trata de tensão local.

Pergunta – Há quase 30 anos, o sul do Líbano também foi ocupado por Israel. Quais são as maiores diferenças das ações ocorridas naquela época e agora?
Nahum Sirotsky –
Naquele tempo, Israel entrou sob a alegação de que vinha em defesa da comunidade libanesa cristã e havia guerra civil no Líbano. Agora a ação é em resposta a ataques do Hezbollah, que equivale a um ato de guerra do Líbano. Tanto é assim que o governo libanês alegou que nada sabia e acabou afastando dois ministros do Hezbollah. Agora pede cessar-fogo, pouco provável, pois Israel está em ofensiva e só haverá cessar-fogo se obtiver algo.

Pergunta – Os seqüestros de soldados israelenses provocaram reações internacionais de apoio a Israel. Há possibilidade de a reação israelense contar com o apoio militar de outras nações?
Nahum Sirotsky –
Não, apoio militar, não. Não se chama de apoio internacional, mas sim de protesto contra o ato de guerra, pois o mundo teme o terrorismo.

Pergunta – Tony Blair fez um apelo para que os militares sejam libertados. Israel tem informações de que os soldados estão vivos?
Nahum Sirotsky –
Diz o Chefe do Estado Maior que aparentemente sim. Mas ao que saiba não se tem informação exata.


 

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