O governo do movimento islâmico Hamas pediu a Israel que libertem os presos palestinos em troca da libertação do soldado israelense em poder de milicianos palestinos. A troca colocaria fim à crise criada após o seqüestro do militar, Gilad Shalit, de Israel, no domingo.

Um comunicado divulgado hoje pelo Ministério de Informação palestino fez a solicitação do acordo, no primeiro anúncio do governo do Hamas no qual propõe essa operação. O documento diz que é uma lógica natural a realização desta troca, e acrescenta que outros governos israelenses fizeram trocas com a milícia xiita libanesa Hisbolá e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

As três facções palestinas responsáveis pelo seqüestro de Shalit, entre elas o braço armado do Hamas divulgaram um comunicado na segunda-feira. O documento exigiu que Israel libertassem todas as mulheres e menores de 18 anos presos em prisões israelenses em troca de informações sobre o estado do soldado.

Um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores palestino pediu hoje ao Conselho de Segurança da ONU que faça uma reunião com caráter urgente para analisar a crise aberta no Oriente Médio e a ofensiva militar israelense lançada contra a Faixa de Gaza.

Enquanto isso, Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou que a ANP e os países árabes continuam com seus esforços para conseguir a libertação do soldado Gilad Shalit, apesar da agressão do Exército israelense, que entrou esta manhã na Faixa de Gaza.

O ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, aprovou hoje todos os planos propostos pelo Exército para sua operação na Faixa de Gaza, segundo a rádio pública israelense.

Após a reunião com os comandantes militares em seu escritório em Jerusalém, Peretz discutiu a continuação da incursão em Gaza com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert. O chefe de Estado afirmou que a invasão continuará nos próximos dias.

Tropas do Exército israelense entraram cerca de três quilômetros no sul da Faixa de Gaza, onde tomaram o aeroporto de Yasser Arafat e a aldeia de Shauka, a leste da cidade de Rafah. Trata-se da primeira incursão israelense de grande escala na localidade desde a sua retirada do território em setembro do ano passado.

AGÊNCIA EFE