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Eleições definem o futuro da Bolívia neste domingo

O país mais pobre da América do Sul, com alto índice de desemprego e uma economia que parece mais uma bomba-relógio. Esta é a Bolívia que aguarda seu futuro presidente, a ser eleito neste domingo, entre 11 candidatos. Os quatro principais aspirantes ao cargo – entre eles o líder nas pesquisas, Manfred Reyes Villa (centro-direita) – propõem a reativação econômica, a criação de empregos e a luta contra a corrupção.

Caberá também ao futuro chefe de Estado – junto com o atual presidente, Jorge Quiroga – a difícil definição do porto por onde a Bolívia exportará gás natural liqüefeito (GNL) para o mercado americano. Com as maiores reservas de gás natural da América do Sul, a Bolívia planeja amenizar a penúria econômica por meio do incentivo às exportações. O presidente eleito terá de escolher o porto, peruano ou chileno, pelo qual o país exportará o produto até a América do Norte – em um projeto que envolve investimento de entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões.

Junto com a decisão, o candidato receberá uma economia com déficit fiscal de US$ 700 milhões e uma taxa de desemprego de 12%, em um país onde seis em cada 10 pessoas vivem na pobreza. Além disso, terá de manter a erradicação das plantações ilegais de coca – projeto iniciado em 1997 pelo ex-presidente Hugo Banzer, falecido em maio deste ano – e estruturar um plano contra a corrupção.

Se as previsões se confirmarem, o ex-capitão do exército Manfred Reyes Villa assumirá o desafio boliviano. Com discurso populista e inovador, ele aparece como favorito – com 26,6% ou 24% das intenções de voto, segundo as duas últimas pesquisas – enquanto impera a incerteza sobre quem ocupará o segundo lugar. Esta definição é crucial: pela legislação boliviana, se nenhum candidato obtiver maioria absoluta, o Congresso escolherá o novo presidente entre os dois mais votados.

Tudo indica que, como nos últimos 17 anos, a decisão ficará com o Legislativo. Os 27 integrantes do Senado e os 130 da Câmara dos Deputados também serão eleitos no domingo. Reyes Villa, líder do partido Nova Força Republicana (NFR), promete acabar com a pobreza – fazendo uma redistribuição de renda – e com a corrupção. Dois ex-presidentes que lutam pelo segundo lugar também têm chance de entrar na disputa. O liberal Gonzalo Sánchez de Lozada, do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), conta com 20,2% ou 17%, e o social-democrata Jaime Paz Zamora, do Movimento Esquerdista Revolucionário (MIR), aparece com 13% ou 16,1%.

Considerado a maior surpresa destas eleições, o socialista e líder dos produtores de coca Evo Morales tem 13% dos votos nas duas pesquisas. Defensor das plantações de coca, o candidato do Movimento Ao Socialismo (MAS) foi favorecido nos últimos dias por declarações do embaixador dos EUA, Manuel Rocha, de que os americanos não apoiariam o novo governo se ele vencesse. As desastradas declarações causaram protestos indignados da maioria dos partidos, agitando a reta final das eleições.

ANELISE ZANONI

 

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