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 | 20/06/2006 21h18min

Lula deflagra movimento para garantir coligação com PSB

Presidente faz esforço para que a aliança entre os partidos seja formal

Diante da sinalização do PSB de que não entrará na coligação formal para sua reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou nesta terça um movimento para tentar reverter essa situação, envolvendo ministros e o PT nas negociações. De um lado, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reuniu-se com o líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ), e deixou claro que o presidente consideraria ideal se a aliança fosse formal. De outro, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, decidiu marcar para esta quarta um encontro com os presidentes do PSB, Eduardo Campos, e do PCdoB, Renato Rabelo.

Nesta terça, Berzoini e o restante da Executiva Nacional do PT se reuniram pela primeira vez para discutir a campanha de reeleição e avaliaram que estão criadas as condições para que o PSB se coligue com o PT. Apesar de dificuldades nos estados, a cúpula do PT concluiu que estaria oferecendo todas as condições para que o PSB atinja os 5% de votos exigidos pela cláusula de barreira se estiver coligado formalmente.

Mas não foi isso que Alexandre Cardoso disse a Tarso. Ele foi informado de que o PSB quer um gesto real de Lula e do governo de que é parceiro, ou não terá outra alternativa a não ser fazer uma aliança informal e tentar sozinho vencer a cláusula de barreira – que obriga os partidos a terem 5% dos votos. Nesta terça à noite, a cúpula do PSB deve fazer outra reunião.

O partido pretendia dar uma resposta final nesta quarta sobre sua posição, mas isso deve ser precedido pelo encontro dos presidentes dos três partidos. A expectativa da cúpula do PT é que a aliança com os dois partidos já esteja acertada até a convenção de sábado. Mas o nome de Lula será oficializado sem o nome do vice. O próprio Lula disse nesta terça, no Paraná, que só trata disso depois da convenção de sábado.

Na saída do Planalto, Cardoso deixou claro que, na atual situação, o caminho é o apoio informal, mas ressaltou que uma coligação formal dependeria muito mais da coordenação de governo e de campanha do que do PSB. Na prática, o partido se ressente de não ter um tratamento dado ao PMDB, que vem sendo cortejado por Lula. A estratégia do Palácio do Planalto é tentar negociar até o último momento devido à preocupação com a perda de minutos no programa eleitoral.

– O governo Lula tem que deixar claro quem são os parceiros dele. O PSB vive um dilema, quer o apoio formal, mas tem que pensar na sua sobrevivência como partido – disse Alexandre Cardoso.

Já Gleber Naime, coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, afirmou que os entendimentos com o PSB não passam pela candidatura a vice na chapa de Lula.

– Essa questão já está resolvida. Achamos que o José Alencar é a melhor alternativa – disse.

O ministro Tarso tem dito que considera fundamental uma aliança formal, mas que não se pode obrigar os aliados. Nesta terça, ele quis saber quais as dificuldades que os parlamentares do PSB enfrentam no relacionamento com o governo, por exemplo. Para sensibilizar o partido, Tarso ainda tem citado Eduardo Campos – que é candidato ao governo de Pernambuco – na lista de nomes para vice na chapa de Lula, embora José Alencar deva ser mantido.

– O ministro Tarso está querendo compor a base de governo antes das eleições e esse é o melhor caminho – disse Alexandre Cardoso.

Na reunião desta terça, a Executiva do PT fez uma avaliação do quadro eleitoral, já com a presença do marqueteiro do PT e do presidente Lula, João Santana.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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