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 | 19/06/2006 19h19min

Tarso diz que Lula quer separar agendas de governo e de candidato

Ministro afirmou que presidente praticamente admitiu candidatura à reeleição

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula discutiu hoje pela manhã na reunião de coordenação como será a separação entre sua agenda de presidente e a de futuro candidato à reeleição. Tarso disse que a preocupação do presidente é que haja uma separação total entre as duas agendas e afirmou que o presidente só oficializará sua candidatura na convenção nacional do PT no sábado.

O ministro afirmou que em princípio o presidente dedicará os dias da semana à agenda de governo e deixará os fins de semana para atos de campanha eleitoral. Segundo ele, Lula pediu a seus assessores que analisem com cuidado a legislação eleitoral para não cometer infrações. A principal proibição da lei é o impedimento de participar de inaugurações a partir de 1º de julho, o que pode levar a impugnação de candidaturas.

– Recebemos a incumbência de trabalhar nessa orientação. A questão fundamental é verificar precisamente aquilo que está vedado (pela legislação eleitoral), o tratamento que devemos dar para que não haja comunicação da pauta de trabalho do presidente da República com a pauta de trabalho do eventual candidato, estabelecendo uma separação rigorosa e obedecendo em toda sua radicalidade a legislação eleitoral – disse o ministro.

Tarso disse que Lula não vai mais participar de inaugurações, mas ressaltou que a lei permite que o presidente faça visitas de inspeção e acompanhamento de obras e projetos. Ao ser perguntado se isso não seria uma campanha disfarçada, Tarso respondeu:

– É uma pergunta tão universal que só posso responder de uma forma: qualquer tipo de palavra, de movimento, pode ser interpretado como campanha disfarçada entre aspas. O objetivo da lei é vetar comportamentos que possam ser usados eleitoralmente e é essa a preocupação que o governante deve ter – disse.

Tarso disse que faz parte da democracia os partidos entrarem na Justiça Eleitoral contra atos de seus adversários e que o PT mesmo faz isso. Ele acrescentou, no entanto, que isso não deve servir de parâmetro para as atitudes do partido.

– O direito de ir à Justiça Eleitoral não pode ser a baliza para nós. A baliza para nós tem que ser a preocupação estrita do presidente com a legalidade e com a preservação do nível democrático e republicano do processo eleitoral – disse.

Indagado se o presidente admitiu na reunião que é candidato à reeleição, Tarso respondeu:

– Praticamente.

O ministro não acredita que o nome do vice na chapa de Lula seja anunciado na convenção do PT. Tarso disse que as negociações com os demais partidos, como PSB e PCdoB, não devem estar totalmente fechadas até o fim de semana. Ele explicou que Lula tem até o fim do mês para discutir o assunto e que não há obrigatoriedade de fazer o anúncio no sábado.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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