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 | 12/06/2006 18h20min

Juiz descarta falência da Varig até as 12h de quarta

Homologação da venda à NV Participações está condicionada a esclarecimentos

O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto Ayoub, afirmou no final da tarde de hoje que a venda da Varig ao consórcio NV Participações foi homologada, porém sob a condição do grupo apresentar novas explicações até as 12h da próxima quarta.

A oferta do consórcio feita no leilão prevê o pagamento de metade dos R$ 1,01 bilhão (R$ 500 milhões) em debêntures (títulos privados) ou lucros futuros – ou seja, dinheiro que demoraria a chegar ao bolso dos credores. O juiz pede para a TGV apresentar uma proposta que substitua esses R$ 500 milhões por uma forma de pagamento prevista no edital – que não contemplava debêntures. O grupo de trabalhadores também deverá comprovar que possui R$ 225 milhões em créditos da empresa para realizar o pagamento.

Depois da expectativa pelo anúncio da Justiça brasileira, nesta terça as atenções se voltam para Nova York. O juiz Robert Drain decide se mantém ou não a liminar que impede a retomada de aeronaves da frota da Varig por empresas de leasing. Dependendo da decisão de Drain, a Varig terá de entregar à Boeing sete aviões, conforme decisão de outro tribunal americano. Também nesta terça termina o acordo com a BR Distribuidora que garante o fornecimento de combustível à Varig.

A incerteza em relação ao futuro da Varig atravessou o fim de semana. O consórcio NV – liderado pelo grupo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) – não obteve boa receptividade no mercado. Os trabalhadores ofereceram US$ 449 milhões pela companhia – valor 47,8% inferior ao preço mínimo definido em US$ 860 milhões. Além disso, o próprio Ayoub se mostrou pouco animado com o desfecho do leilão ao adiar a confirmação da venda e sugerir que estudaria a possibilidade de permitir que outros grupos pré-qualificados fizessem novas propostas de compra da Varig.

Nos aeroportos, os passageiros enfrrentaram cancelamento de vôos. De acordo com balanço da própria Varig, foram 48 vôos cancelados de sábado até o início da noite de segunda. A Varig alegou que os cancelamentos foram ocasionados em decorrência de manutenção de aeronaves e de condições climáticas desfavoráveis.

Com a crise financeira agravada, a Varig perdeu ainda mais mercado em vôos nacionais em maio. A participação ficou estável nas rotas internacionais. Segundo divulgou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesta segunda, a companhia aérea, que já foi líder em aviação doméstica, teve em maio apenas 14,4% do mercado. Em abril, a empresa tinha 16,51% e, 12 meses atrás, 26,52%. Em janeiro, a participação da empresa era de 19,96%. Nos vôos internacionais, a empresa continuava líder em maio, com participação de 66,45%, em abril era 66,43%. Há 12 meses, tinha 79,15%.

Ao mesmo tempo, as principais concorrentes da Varig continuam a ganhar mercado. A participação da TAM em vôos domésticos cresceu de 44,28% para 45,64%, de abril para maio. Em linhas internacionais, o crescimento foi de 25,31% para 28,55%. Já a Gol manteve a participação em rotas nacionais, de 33,34% para 33,64%, e nas internacionais, de 4,44% para 4,47%.

 

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