O presidente Fernando Henrique Cardoso garantiu nesta quinta-feira, dia 20, que dará condições para o seu sucessor combater o crime organizado no Brasil. FH definiu a violência como o problema número um do país e disse que a luta pela segurança pública é uma guerra que será vencida.

– Até o final do meu mandato, vou continuar ampliando as ações que permitam que quem me suceda aqui possa dar esta batalha com a mesma energia que dei contra a inflação. O inimigo hoje é o crime. Vamos nos unir e vamos derrotá-lo – disse, em Brasília, durante cerimônia de dois anos do Plano Nacional de Segurança Pública.

Na avaliação do presidente, a violência ultrapassou todos os limites aceitáveis. Ele lembrou que a sociedade está estarrecida com o poder e a organização dos bandidos e a crueldade de suas ações. FH afirmou que está, assim como os brasileiros, em estado de choque após os assassinatos do jornalista Tim Lopes e do sargento da Polícia Militar, mortos nas últimas semanas no Rio de Janeiro.

– A ousadia e o grau de sofisticação das ações dos bandidos não param de nos surpreender – observou.

Ele ressaltou que tamanha organização revela, por outro lado, a fragilidade das instituições que lidam com a questão de segurança no país. Por isso, o presidente destacou que as ações do PNSP são destinadas a fazer com que o Estado brasileiro combata o crime em condições de igualdade.

Nesta quinta, 13 governos estaduais renovaram convênios com o governo federal, no âmbito do PNSP, no valor de R$ 109 milhões. Outros R$ 51 milhões de convênios antigos também foram liberados. Ao Rio Grande do Sul, coube o repasse de R$ 10 milhões.

O presidente destacou que o dinheiro será usado, entre outras coisas, na capacitação dos policiais brasileiros. A formação técnica dos profissionais que combatem o crime é, para o presidente, ponto-chave para o sucesso das corporações.