A tristeza tomou conta da família do jogador Edmílson, hoje, em Matão, região de Ribeirão Preto, antes mesmo do anúncio oficial do corte da Seleção Brasileira. Por volta do meio-dia, o irmão Rogério Gomes de Moraes, de 35 anos, ao ver o número do jogador no identificador de chamadas do telefone, já imaginava o pior.

– Senti que ele falaria do corte, notícia ruim chega rápido – lamentou Rogério, que, depois do jogo entre Brasil e Lucerna, na terça, conversou com o irmão e soube que o volante seria submetido a uma ressonância magnética.

Os outros parentes de Edmílson, pentacampeão mundial em 2002, também ficaram abalados depois da notícia do corte. No telefonema de terça, Rogério sentiu um "balde de água fria", como diz, ao ouvir de Edmílson que ele sentia dores ao chutar a bola. Comentou o assunto rapidamente com os pais, Divino Roberto, de 54 anos, e Maria de Lourdes, de 48, mas buscou tranqüilizá-los.

Porém, ao atender o novo telefonema do irmão nesta quarta já sabia que o pior tinha ocorrido. Edmílson chorava e Rogério também se emocionou, ficou sem palavras, calado. O jogador pediu para o irmão avisar os pais e desligou em seguida.

O casal ficou emocionado, cada um à sua maneira. Divino é calado, reservado, e resolveu caminhar sozinho. Maria de Lourdes, mais emotiva, chorou muito, assim como a filha Natália, de 23 anos, que evitou o contato com a imprensa.

– Estou chateado, amo o futebol e a vida do meu irmão, mas procuro pensar nas coisas boas nesse momento – comentou Rogério, que nesta quinta deve ir a São Paulo para receber Edmílson.