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 | 11/05/2006 12h51min

Nafta prejudica trabalhadores mexicanos, diz FIDH

Relatório aponta que mulheres e crianças são os principais prejudicados

O Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), que entrou em vigor em 1994, teve "efeitos sobre o emprego e o salário muito desfavoráveis para os trabalhadores mexicanos", segundo relatório da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) divulgado hoje.

– As principais beneficiadas pelo Tratado são as grandes empresas multinacionais. A principal vantagem competitiva do México dentro do Nafta reside na manutenção de salários baixos e de condições precárias de trabalho, assim como no controle dos sindicatos – disse a FIDH.

O documento "prova que a destruição da atividade agrícola encorajou as famílias a se instalarem em zonas urbanas, em condições de extrema pobreza", afirmou a Federação, cuja sede fica em Paris.

– As primeiras vítimas do Tratado são as mulheres e as crianças, freqüentemente menores de 16 anos, contratados por empresas transnacionais para trabalhar nas maquilas (fábricas de montagem) em condições extenuantes e com salários extremamente baixos – acrescenta.

Divulgado por ocasião da reunião do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU em Genebra, o relatório baseia-se nos dados obtidos no México por uma delegação da FIDH em agosto do ano passado.

Segundo o documento, a abertura comercial originada pelo acordo representou o "desmantelamento" da capacidade de produção da manufatura nacional e a "destruição" da indústria agrícola.

A FIDH considera que a "sistemática transgressão dos direitos de associação" está no "centro do problema das violações dos direitos fundamentais no trabalho" no país.

Segundo a Federação, os "sindicatos oficiais ou brancos (como são chamados aqueles criados pelas companhias mas, na prática, inexistentes) exercem um monopólio sindical na maioria das empresas" mexicanas, apesar de haver um "movimento nascente de sindicalismo independente".

O organismo recomenda que as autoridades mexicanas reformem o direito trabalhista para "assegurar a proteção dos trabalhadores e, sobretudo, aumentar os salários para um nível que permita aos trabalhadores satisfazer suas necessidades".

AGÊNCIA EFE

 

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