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 | 10/05/2006 15h34min

Brasil questiona dados venezuelanos sobre reservas de gás

Construção do Gasoduto do Sul depende de certificação internacional

O Governo brasileiro apresentou dúvidas em relação aos números venezuelanos sobre as reservas de gás do país no projeto do Gasoduto do Sul, promovido por Caracas, disse hoje o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, vinculada ao Ministério de Energia e Minas), Maurício Tolmasquim.

As discussões entre técnicos dos dois países e da Argentina que estudam a viabilidade do projeto estão hoje concentradas nesse ponto, segundo Tolmasquim.

– A Venezuela tem a maior reserva de gás, e é óbvio que se pudéssemos ter acesso a esse gás, seria muito bom para o Brasil – disse hoje o presidente da EPE a jornalistas ao se referir ao projeto de gasoduto regional que tem sido qualificado de "faraônico" por seus críticos.

A Venezuela afirma que tem 151 trilhões de pés cúbicos de gás natural, o que significaria a maior reserva do continente americano, após os Estados Unidos, e a nona do mundo. Nesse cálculo, Chávez baseou o projeto de exportar ao Brasil e à Argentina 150 milhões de metros cúbicos por dia de gás através de uma estrutura de oito mil quilômetros de dutos, com custo estimado ao redor de US$ 20 bilhões.

O "detalhe" das discussões técnicas deste projeto, disse Tolmasquim, é que "essas reservas devem ser certificadas por um organismo internacional", e a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) "teria de dar à Petrobras acesso" ao números.

– Esse é o ponto de discussão agora. O tamanho das reservas – disse Tolmasquim.

Ele acrescentou que além desse "ponto principal", as comissões discutem a viabilidade econômica e se o mercado brasileiro e argentino apresentam demanda suficiente para o volume de gás oferecido.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse na terça que a Venezuela levaria o gás somente até Manaus, e a partir dali a estrutura se conectaria a um sistema de gasodutos "inteiramente nacionais". Tolmasquim disse hoje que, de acordo com o projeto, "cada país seria responsável pelo gasoduto em cada parte de seu território", e que haveria "um somatório de esforços".

Em relação ao curso das discussões, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Nelson Hubner Moreira, reiterou hoje que o governo analisa o projeto do ponto de vista econômico e do tamanho do mercado final.

– Terá de haver garantias de contratos de fornecimento de longo prazo – disse, acrescentando que enquanto isso o Brasil constrói sua própria rede de gasodutos para conectar o país de norte a sul.

AGÊNCIA EFE

 

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