O governo da Espanha afirmou hoje que esgotará "até o limite máximo" as opções diplomática e política com a Bolívia, até achar uma solução que "proteja e respeite" os interesses das empresas espanholas e que "satisfaça também" a decisão tomada pelo Executivo de Evo Morales.

A posição foi exposta pela primeira vice-presidente do governo, María Teresa Fernández de la Vega, em entrevista coletiva. Fernández de la Vega disse que o Executivo acredita que não precisará "recorrer a nenhum outro tipo de medida" após a nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia.

O presidente boliviano decretou na segunda a nacionalização da produção de hidrocarbonetos, com a ocupação militar de campos e refinarias. Também determinou que as petrolíferas rediscutam seus contratos em 180 dias ou deixem o país, medida que afeta diretamente a Andina, filial da hispano-argentina Repsol YPF.

Fernández de la Vega acrescentou que, apesar de a "opção neste momento" ser esgotar as vias diplomática e política, "não se deve descartar nada".

A primeira vice-presidente espanhola afirmou que o Executivo tomou uma série de iniciativas desde o anúncio do decreto do Governo da Bolívia, destacando o envio de uma delegação política e técnica a La Paz liderada pelo secretário de Estado de Exteriores, Bernardino León.

Fernández de la Vega explicou que o objetivo da delegação será reunir-se com autoridades do governo de Evo Morales para analisar o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos e "tentar buscar soluções". Além disso, lembrou que o secretário de Estado de Comércio, Pedro Mejía, se reuniu com representantes das empresas espanholas que têm interesses na Bolívia, além da Repsol YPF, para "ouvir sua opinião".

– O governo aposta por encontrar uma solução dialogada, negociada, bilateral, entre os dois países – defendeu Fernández de la Vega.

AGÊNCIA EFE