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Vereadores denunciam compra de votos na Câmara de São Leopoldo

Parlamentares apresentaram fitas com diálogos que apontam supostas irregularidades para a escolha do presidente da Casa em 1999

A Câmara de Vereadores de São Leopoldo, no Vale do Sinos, deve instalar, nos próximos dias, uma Comissão Especial Parlamentar, similar a uma CPI, para denúncias de compra de votos para a eleição da presidência da casa, na gestão de 1999. Nesta quarta-feira, 29 de maio, três vereadores apresentaram a degravação de três fitas minicassete em que duas pessoas conversam supostamente sobre compra de votos. O diálogo envolveria seis vereadores, quatro dos quais ainda permanecem na Câmara, que teriam embolsado cerca de R$ 230 mil ao longo de 1999.

A atual presidente da Câmara de Vereadores, Iara Teresa Cardoso (PMDB), se disse "chocada" com as denúncias e afirmou que, se o caso for confirmado, poderá haver cassação de mandato.

Às 14h30min, o vereador Ronaldo Vieira (PT), acompanhado dos colegas de partido Alexandre Tadeu Schuh e Nestor Schwertner, informou à imprensa do teor de uma gravação de três fitas, entregue à bancada em fevereiro deste ano. As fitas haviam sido repassadas pelos vereadores ao Departamento de Informações e Assuntos Estratégicos (Diae) da Secretaria da Justiça e da Segurança, que realizou a transcrição. Eles receberam o material de volta na segunda-feira. Segundo o vereador, o diálogo que os denunciantes acreditam ser de um ex-vereador e de um vereador teria sido gravado na casa de um dos interlocutores da conversa, em dezembro de 1998, às vésperas da eleição para presidência da Casa.

Em um dos trechos do bate-papo, que consta nas 25 páginas do termo de degravação do Diae obtido por Zero Hora, um dos participantes diz:

–  Tem mais 12 cheques pra ele  (falam supostamente sobre um vereador) no valor de R$ 2 mil. Tá. Dois pra janeiro, dois pra fevereiro, dois pra março, dois pra abril, dois pra maio, dois pra junho, dois pra julho, dois, pra agosto, dois pra setembro, dois pra outubro...Qual o dia que tu deu estes cheques aí?,  questiona o homem.

– Tudo para o final do mês, diz o outro participante do diálogo, que os parlamentares do PT acreditam se tratar de um vereador.

Em outro trecho, é feita a seguinte pergunta:

– Esses R$ 5 mil que tu deu pra ele foi pro dia 23. A ata da eleição será dia 20?, pergunta.

A resposta é seca:

– É, diz o suposto parlamentar.

As fitas foram entregues ao subprocurador para Assuntos Institucionais do Ministério Público no Estado, Mauro Renner, que também irá sugerir a instalação de uma Comissão Especial Parlamentar.

Os nomes dos vereadores acusados não são publicados porque não foram indiciados nem confessaram o crime. Também não foi feita perícia na fita para comprovar de quem são as vozes.

O presidente da casa em 1999, vereador Ernesto Grande (PPS), afirmou que desconhece o teor das denúncias, mas garante que não houve irregularidade na eleição. Segundo ele, as denúncias seriam motivadas por questões políticas do pessoal do PT para tentar atingi-lo. Grande disse ainda que abre mão do sigilo bancário e que também pedirá a instalação de uma comissão especial parlamentar sobre o caso.

 


 

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