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 | 04/05/2006 20h27min

Novo presidente do TSE diz que há fosso moral e ético no país

Marco Aurélio Mello não citou nominalmente o escândalo do mensalão

O ministro Marco Aurélio Mello disse que o país vive um momento no qual se tornou lugar-comum falar de escândalos. Ele discursou na cerimônia de posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o ministro, há um fosso moral e ético que divide os brasileiros entre o grupo da corrupção, que tenta alcançar o poder de forma ilimitada e duradoura, e o da grande massa que se esforça para sobreviver. Na opinião do ministro, os escândalos de corrupção e as mentiras deslavadas incutiram na população um misto de revolta e repugnância.

– São tantas e tão deslavadas as mentiras, tão grosseiras as justificativas, tão grande a falta de escrúpulos que já não se pode cogitar somente de uma crise de valores, senão de um fosso moral e ético que parece dividir o país em dois segmentos estanques – disse Marco Aurélio no discurso.

Sem citar nominalmente o escândalo do mensalão, o ministro disse que se tornou comum o indiciamento de autoridades públicas em crimes como o de formação de quadrilha. Marco Aurélio disse que a tamanha freqüência das denúncias acaba levando o povo a "uma apatia cada vez mais surpreendente, como se tudo fosse natural e como se todos os homens públicos tivessem sido igualmente desonestos, numa mistura indistinta de escárnio e afronta, como se os erros passados justificassem os do presente". Segundo o ministro, existe no país o que chamou de "tática do avestruz: enterrar a cabeça para o ver o vendaval passar".

– Faz de conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam, o que lhes daria uma carta de alforria prévia para continuarem agindo como se nada de mau houvessem feito. Faz de conta que não foram usadas as mais descaradas falcatruas para desviar milhões de reais num prejuízo irreversível em um país de tantos miseráveis – disse.

Apesar das críticas, o ministro disse estar seguro de que não haverá retrocesso institucional e que o país sairá mais forte da crise. Marco Aurélio também falou da importância do voto para tentar mudar esse cenário, desestimulando o voto nulo ou em branco nas eleições de outubro.

AGÊNCIA O GLOBO

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