O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, afirmou hoje que seu país só deixará o Mercosul se o grupo o impedir de avançar comercialmente.

– Não nos colocamos nesta situação em nenhum momento, a não ser que surjam condições que nos impeçam de avançar neste trabalho de uma nova inserção do Uruguai no mundo – disse Vázquez.

Em declarações realizadas em Washington pouco antes de reunir-se com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, Vázquez disse havia afirmado que o Uruguai quer "um melhor Mercosul".

– Queremos um melhor Mercosul quanto ao relacionamento interno – disse o presidente, que ressaltou que as "enormes assimetrias que o grupo tem neste momento fizeram com que os países menores, como o Uruguai e Paraguai, não tenham sido beneficiados".

Em declarações a um canal de televisão de seu país, Vázquez disse na segunda-feira que o Uruguai se prepara para renunciar à sua condição de membro pleno do bloco, para passar a ser só um parceiro comercial. Vázquez insistiu que o grupo não pode continuar como está. "Mas isso não quer dizer que se rompa com o Mercosul, mas temos que trabalhar para melhorá-lo", disse.

– Não é uma gaiola de ouro nem um clube onde há membros de primeira e segunda categoria – ressaltou.

O presidente do Uruguai, em visita oficial a Washington, onde a na próxima quinta se reunirá com seu colega americano, George W. Bush, defendeu a realização de algumas mudanças no seio deste fórum comercial regional, como por exemplo, a entrada de novos países.

– Se, por exemplo, o México se incorporasse ao grupo, seria possível eliminar algumas das assimetrias que existem na prática – disse o presidente.

Vázquez insistiu que seu objetivo é conseguir uma maior inserção do Uruguai no mundo e disse que a melhor forma de fazê-lo é "abrir mercados e oportunidades em outras partes".

Essa é também a meta da visita de Vázquez aos EUA.

– Viemos buscar o mesmo, melhorar o intercâmbio comercial com este país, que hoje é o principal parceiro do Uruguai – afirmou.

AGÊNCIA EFE