O vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, afirmou hoje que é "encorajador" que a nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia não tenha estremecido ainda mais os mercados de valores espanhóis, onde a companhia petrolífera hispano-argentina Repsol YPF sofreu na manhã de hoje uma queda moderada.

– Supôs-se que esta decisão forte do Governo (de Evo Morales) estremeceria ainda mais a Bolsa de Valores no âmbito de hidrocarbonetos, mas a Repsol está se recuperando – disse García Linera em uma entrevista à rádio Fides.

As ações da Repsol YPF caíam 1,60% ao meio-dia (hora local) em Madri e lideravam as perdas do Ibex-35 na metade do pregão. Os títulos da companhia petrolífera valiam 23,30 euros cada, 0,38 euro a menos que no fechamento da sexta-feira passada.

– A Repsol já tinha problemas com o superdimensionamento de suas reservas. Esta não é uma queda grande, recuperou-se, e acho que esse é um bom sinal e esperamos que nos próximos dias volte ao nível com que começou esta semana – disse o vice-presidente boliviano.

Os lucros da empresa, "possivelmente, diminuirão um pouco" devido à nacionalização, segundo García Linera, que destacou que os preços do gás e do petróleo estão subindo e a Bolívia está "brigando" para vender hidrocarbonetos a Brasil e Argentina a melhores preços.

– Isso também representa mais lucro para a empresa (Repsol) e fundamentalmente para o Estado boliviano – disse García Linera.