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 | 05/04/2006 20h35min

Morales supera greve sem ceder aos sindicatos bolivianos

Apenas grandes transportadoras mantiveram paralisação

O presidente boliviano, Evo Morales, superou hoje o primeiro protesto contra seu Governo, depois que a greve de motoristas interrompeu apenas as viagens por auto-estrada, enquanto o trânsito nas cidades voltou ao normal. O governo encaminhou hoje também uma possível solução para o conflito da Lloyd Aéreo Boliviano (LAB), que já dura várias semanas e ameaçava se tornar uma greve, convocada por organizações civis da cidade central de Cochabamba, sede da companhia aérea.

A greve das transportadoras desfez a lua-de-mel de Morales com os grandes setores sociais, e o conflito da LAB é uma prolongada dor de cabeça para parte do Executivo desde março, quando começou a crise da companhia. Morales se mostrou inflexível com a Confederação Sindical das Transportadoras, uma poderosa associação que o pressiona para anular um decreto que obriga os proprietários de ônibus a pagar mais impostos a partir de maio.

Apenas as grandes empresas de transporte decidiram continuar hoje a greve iniciada na terça-feira passada por todo o setor de transporte, quando ficaram paralisadas parcialmente pelo menos sete das 10 principais cidades do país. A ministra de Governo (Interior) colombiana, Alicia Muñoz, disse que o Executivo coordena com as transportadoras não filiadas a sindicatos e com o Exército um plano de contingência para levar as pessoas que estão nos terminais para seus destinos. Frotas de ônibus, caminhões e até aviões militares foram colocados à disposição dos passageiros prejudicados pela greve.

Muñoz também disse que o governo não cederá à pressão dos donos de ônibus para anular o decreto que obriga as empresas a pagarem mais impostos. O Ministério da Fazenda declarou que 177 proprietários têm 248 ônibus oficialmente registrados e pagam a quantia de US$ 1.843 anuais no regime integrado da legislação tributária. No entanto, as companhias de transporte que operam em todo o país com 1.167 veículos estão tendo que se integrar ao "regime geral", para pagar anualmente US$ 2,3 milhões.

O secretário executivo da Confederação de Motoristas, José Luis Cardozo, repetiu hoje sua ameaça de continuar com essas medidas se o governo não atender a sua reivindicação. O sindicalista disse que o presidente Morales era "soberbo" por não aceitar dialogar com os empresários do transporte.

AGÊNCIA EFE
 

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