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 | 31/03/2006 09h38min

Impasse no pólo petroquímico do RS pode levar a novo adiamento

Prazo para Petrobras definir posição era esperado para hoje

Cercada de expectativas, a decisão da Petrobras sobre o acordo com a Braskem que altera o controle do pólo gaúcho só deve ser anunciada às 19h de hoje.

Diante de pressões e de intensas movimentações de bastidores, praticamente não há hipóteses descartadas, embora no mercado as apostas se concentrem no adiamento da decisão. Nesse caso, teria de ser marcada uma nova data para que a estatal comunique se entregará suas fatias na Copesul, na Petroquímica Triunfo e no projeto de Paulínia com objetivo de elevar de 10% para 30% sua participação no capital votante da Braskem.

Durante a semana, o deputado estadual Raul Pont (PT) aproveitou uma audiência sobre TV digital com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir o assunto. Saiu com a impressão de que vai ocorrer um adiamento: 

– Diante da complexidade do processo, é o que tende a acontecer.

Segundo Pont, essa não é a posição da ministra nem do governo, mas há condições objetivas que dificultam o cumprimento do prazo.

Entre fontes do setor, circula a informação de que os bancos contratados pela Petrobras (PNB Paribas) e pela Braskem (Calyon) para avaliar as empresas envolvidas na negociação teriam chegado a resultados com diferença superior a 10%. Caso essa situação se caracterize, seria necessário fazer um terceiro estudo. Nesta semana, a corretora Merryll Linch distribuiu um relatório em que considera "mais provável" que as duas companhias anunciem uma extensão do acordo. Conforme a corretora, um adiamento daria mais tempo às companhias para tentar completar as negociações entre Petrobras e Ipiranga e para planejar a implementação da possível compra das ações dos minoritários na Copesul. Outra corretora, a Fator, opinou que a estatal deverá confirmar o acordo. Mesmo assim, o analista responsável, Luiz Felix Cavallari, acrescenta:

- Acreditamos numa negociação maior, envolvendo o grupo Ipiranga, de forma a viabilizar a incorporação da Copesul pela Braskem.

Alexandrino de Alencar, vice-presidente de relações institucionais da Braskem, insiste que a companhia só aceita a confirmação do acordo, mas não cogita sair do Sul: 

–  Em hipótese nenhuma, nossas fábricas mais modernas estão aqui.

Nos últimos dias, o Sindicato das Indústrias Petroquímicas de Triunfo (Sindipolo) intensificou a mobilização. O presidente do Sindipolo, Carlos Eitor Rodrigues, relatou que ontem a Petroquisa teria chamado a Ipiranga e a Braskem para buscar uma posição intermediária. Como essa tentativa de mediação não atende o interesse da Braskem, a empresa teria ficado contrariada. 

– Não me consta – disse Alencar.

Até Boris Gorentzvaig, o polêmico sócio da Petroquímica Triunfo, voltou à cena para comunicar que entrará na Justiça. Alega que parte das ações que a Petrobras oferece não pertence à estatal. Há mais de uma década Gorentzvaig sustenta disputas judiciais na Triunfo.

MARTA SFREDO/ZERO HORA

 

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