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 | 27/03/2006 20h33min

Sucessor de Sharon é favorito nas eleições de Israel

Olmert, do recente Kadima, promete retirada de áreas como Cirsjordânia

Pesquisas divulgadas na véspera da eleição em Israel apontam uma vitória tranqüila do primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, à frente do Partido Kadima (Avante, em português). Ele substitui Ariel Sharon, em coma desde janeiro. O Kadima foi fundado por Sharon em novembro, antes de o político adoecer.

A segurança para as eleições em Israel, que ocorrem nesta terça, foi reforçada. A região vive momentos decisivos. Até quarta, o Hamas deve passar a governar os palestinos. O primeiro-ministro designado da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniyeh, já disse que quer dialogar com o Quarteto de Madri – formado por Estados Unidos, ONU, União Européia e Rússia – para pôr fim ao conflito no Oriente Médio.

Haniyeh acusou Israel de tentar castigar os palestinos por ter eleito o Hamas no pleito de 25 de janeiro. Ele afirmou que a ocupação israelense é um obstáculo no caminho para a estabilidade econômica e a reformas das instituições oficiais palestinas.

Para o professor Shmuel Sandler, analista da questão política em Israel, o apoio popular ao Kadima se deve à proposta de separação dos palestinos, mesmo que esta ocorra por meio de uma decisão unilateral.

– Muitos israelenses chegaram à conclusão de que precisam se separar dos palestinos, por razões de segurança e demográficas, e perderam a esperança nas negociações. Assim, vêem a salvação no desligamento unilateral proposto pelo Kadima – diz.

Haim Ramon, do Kadima, afirma que a retirada unilateral não é a primeira opção, caso o partido vença. Segundo ele, a sigla dará prazo entre seis meses e um ano ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para criar condições no campo palestino que permitam a realização de negociações.

– Caso contrário, com o apoio da comunidade internacional, os israelenses começarão a agir de forma unilateral – disse Ramon.

Antes disso, no entanto, Olmert, herdeiro político de Sharon, terá como principal desafio escolher parceiros de coalizão. Uma das alianças possíveis, que os analistas vêem como "natural" devido à plataforma do Kadima, é com o líder trabalhista Peretz e com a legenda pacifista Yahad-Meretz. Com essas características, Olmert também pode incorporar os deputados de alguns dos partidos religiosos não-sionistas a fim de obter vantagens para a comunidade ultra-ortodoxa. O premier já descartou aliança com partidos da direita se estes não aceitarem por escrito planos para determinar em negociações, ou unilateralmente, as futuras fronteiras de Israel com um Estado palestino.

O Partido Trabalhista deverá ficar em segundo lugar, conquistando entre 17 e 21 cadeiras. Já o Likud do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode obter entre 13 e 14 assentos. Nas eleições de 2003, o então Likud de Sharon ganhou 38 cadeiras.

O número de indecisos, 22% segundo pesquisas, surpreende – nível sem precedentes na história do Estado judeu. O contingente – 1,5 milhão de eleitores – deverá ser alvo da última batalha dos partidos. No total, 31 legendas competirão pelas 120 cadeiras do Parlamento (Knesset) e o voto de mais de 5 milhões de israelenses.
 
Com o voto opcional em Israel, outra incógnita é a participação, que já foi estimada em 70%, mas que deve ficar em cerca de 60%. A percentagem dos israelenses que não votarão preocupa dirigentes de partidos moderados. Se os partidos da direita nacionalista e do setor religioso ortodoxo, legendas "ideológicas", têm garantido o voto de seus ativistas e simpatizantes, outros devem perder pontos e cadeiras. Entre os partidos ideológicos, destaca-se o de Avigdor Lieberman, líder do ultranacionalista Israel é a Nossa Casa (Israel Beiteinu) – a sigla pode obter de 11 a 14 cadeiras e transformar seu movimento na terceira ou quarta maior força política do país.

AGÊNCIA EFE

 

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