O caseiro Francenildo Costa disse em entrevista ao jornal O Globo que teve a conta bancária violada enquanto estava dentro da Polícia Federal. O extrato foi tirado às 20h58m21 de quinta quando o caseiro tentava se inscrever no programa de proteção a testemunhas.

– Eu estava na proteção da polícia, num prédio da Polícia Federal, como é que eu vou sair para tirar um extrato? – perguntou.

Conhecido como Nildo, o caseiro ganhou fama ao acusar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar uma casa onde ex-assessores denunciados por corrupção se reuniam. Segundo a reportagem publicada hoje, não há inquérito contra o caseiro e nem ordem judicial para quebrar o sigilo, que é protegido por lei.

O extrato foi divulgado por reportagem da Revista Época. O documento revelou que o caseiro recebeu R$ 38.860 nos últimos três meses. O coordenador de Segurança Institucional da PF, Wilson Damázio, confirmou que Nildo ficou sob a guarda da PF até 21h30m da quinta. O policial explicou que foram pedidos os documentos, inclusive o cartão bancário, que ficaram com os agentes por cerca de três minutos para fazer cópias. A PF, segundo ele, negou envolvimento na quebra do sigilo.

A quebra do sigilo foi comentada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) no blog do jornalista Jorge Bastos Moreno. Jobim disse que a violação é um fato gravíssimo que choca toda a opinião publica, que passa a se sentir insegura quanto a própria privacidade.

– Quem garante que amanhã eu, como cidadão, não posssa ter o meu sigilo violado? – questionou.