clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 13/03/2006 09h39min

Empresário reafirma mensalão no PMDB

Tony Garcia concedeu entrevista à revista Veja

O empresário Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, sócio informal do advogado Roberto Bertholdo, reafirmou a distribuição de mensalão para "mais de 50 deputados do PMDB".

Preso há quatro meses no Paraná, Bertholdo é o ex-assessor do PMDB apontado como responsável pela distribuição de uma mesada a deputados da legenda. Em entrevista à revista Veja, Tony Garcia diz que o sócio tinha reuniões quase todas as semanas com três dirigentes do PT na época – Delúbio Soares, Marcelo Sereno e Silvio Pereira. Bertholdo também mantinha contatos com o então ministro José Dirceu.

Nesses encontros, Bertholdo recebia dinheiro em espécie e viajava para Brasília, onde distribuía a mesada. Segundo Garcia, parte do dinheiro vinha de empreiteiros com contratos com Itaipu.

Os encontros com os petistas, segundo Garcia, ocorriam em escritórios ou hotéis. As reuniões eram quase sempre às segundas-feiras e serviam ainda para discutir indicações políticas para o governo. 

– Ele dizia que pegava o dinheiro, em espécie, em São Paulo, e depois o transportava a Brasília em jatos particulares ou alugados. Voava com dinheiro vivo. Muitas dessas vezes estava acompanhado do assessor, Guilherme Wolf. Bertholdo nunca andava com menos de R$ 50 mil, R$ 100 mil. Ele falava que era para fazer coisas eventuais, atender um ou outro – afirmou.

Bertholdo não teria comentado o nome dos parlamentares peemedebistas. 

– Havia uns (deputados) que custavam R$ 10 mil, outros que custavam R$ 20 mil, outros R$ 100 mil, outros R$ 200 mil. Basta ver quem eram os deputados do PMDB que votavam com o governo – disse.

Garcia diz que o dinheiro era entregue aos políticos numa sala ao lado da liderança do PMDB na Câmara, quase sempre à noite. 

– Ou então numa casa que ele (Bertholdo) alugou no Lago Sul e onde fazia festas para membros do PMDB, do PT, ministros... Ele dizia que houve festa até com a presença do presidente da República – disse.

Ele citou também o caso do apresentador Carlos Massa, o Ratinho:

– Numa conversa ao telefone, Bertholdo me disse: "Lembra do negócio do Ratinho? Já deu certo. Está fechado... Prestei o maior serviço ao presidente" –contou Garcia.

ZERO HORA

 

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.