O líder gaúcho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Mário Lill chegou a Porto Alegre na tarde desta quarta-feira, dia 24 de abril. Cerca de 400 sem-terra aguardavam Lill no Aeroporto Internacional Salgado Filho. O agricultor, que passou 22 dias sitiado no quartel-general do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, em Ramallah, desambarcou utilizando um turbante típico da comunidade palestina. Cinco policiais da Brigada Militar auxiliaram na segurança de Lill.

O líder do MST foi encaminhado à nova sede da Via Campesina, na Avenida Farrapos, em Porto Alegre. As informações são da Rádio Gaúcha.

Nesta manhã, ao chegar em São Paulo, o integrante do MST descreveu à imprensa a "situação precária" que viveu durante três semanas no prédio da ANP. Segundo Lill, não havia água, comida e cobertores no local. Ele disse ainda que houve dia em que um litro foi dividido por quatro pessoas e detalhou também que as condições de higiene no local são as piores possíveis.

Lill denunciou ainda que, depois de terem bombardeado a cozinha da ANP e provocado a morte do cozinheiro, as tropas israelenses que mantinham o cerco ao prédio impediram a retirada do corpo, cuja saída só se deu um dia antes da visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell.

O militante gaúcho chegou em Ramallah no dia 29 de março, integrando um grupo de ativistas da organização internacional Via Campesina, que entrou no QG de Arafat para manifestar solidariedade ao líder palestino. Arafat está confinado no prédio e cercado por forças israelenses. O integrante do MST deixou o prédio nesta segunda, dia 22, voluntariamente e foi preso pelo exército de Israel, quando foi levado para prestar depoimento em Jerusalém. No dia seguinte, Lill foi deportado.