O Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar deslocou 10 agentes de Passo Fundo para monitorarem a Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul. O local foi ocupado na manhã desta terça por mais de mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a BM, há mais de 1,5 mil pessoas acampadas.

A área invadida está isolada pela polícia. O comandante da BM na região, coronel Waldir dos Reis Cerutti, diz que a idéia é evitar que novos colonos se juntem ao grupo. Madeiras da propriedade estão sendo usadas pelos sem-terra para montar as barracas. Cerutti acrescenta que assentados também estão participando da invasão.

O advogado do proprietário da fazenda, Nestor Hein, diz que a área não poderia ser invadida, já que possui uma decisão judicial que impede a ação. Ele aguarda apenas a BM para retirar os sem-terra do local.

Os sem-terra chegaram por volta das 5h em 60 ônibus, 35 caminhões e 20 carros. Segundo a BM, o grupo é composto por pessoas provenientes de acampamentos montados em Sarandi, Pontão, Não me Toque e Nonoai.

De acordo com integrantes do MST, a invasão ocorre porque o governo federal não cumpriu a promessa de reintegrar os colonos sem-terra. Eles informam que vão permanecer por tempo indeterminado. A fazenda de 7 mil hectares é uma das maiores do Estado e já havia sido ocupada pelo movimento outras duas vezes.

De acordo com um dos coordenadores do MST do Rio Grande do Sul, Edenir Valssoler, a maioria das famílias que participam da ocupação foi despejada de um acampamento localizado nas margens da RS-406, no município de Nonoai. O movimento avalia que a Fazendo Guerra, localizada entre os municípios de Coqueiros do Sul, Carazinho e Pontão, seria suficiente para assentar 350 famílias.

RÁDIO GAÚCHA E AGÊNCIA BRASIL