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 | 23/02/2006 12h18min

Clérigos sunitas pedem calma e acusam xiitas pela tensão

Pelo menos cem pessoas morreram na onda de violência religiosa

Os mais respeitados clérigos sunitas do Iraque pediram hoje aos membros de sua comunidade para que se contenham diante da onda de ataques que estão sofrendo, e alguns deles responsabilizaram a máxima autoridade xiita pelo ocorrido. O pedido para que os fiéis tenham calma foi feito por clérigos membros da Organização de Ulemás do Iraque, a mais importante instituição religiosa sunita do país.

Além disso, os clérigos sunitas anunciaram um boicote das conversas mantidas com o governo interino - liderado por xiitas e curdos - para formar um novo Executivo.

– Eu peço a todos as partes, principalmente aos árabes sunitas, que se contenham para evitar ser levados a um grande conflito sectário, que tem como objetivo manter a ocupação americana do Iraque – ressaltou Abdesalam al Al Qubaisi, porta-voz da Organização de Ulemás.

–A Organização de Ulemás do Iraque acusa autoridades religiosas xiitas específicas de estar por trás da violência após ter pedido os fiéis a realizar manifestações – disse Al Qubaisi, referindo-se às declarações do grande aiatolá Ali Sistani, que pediu aos xiitas que se manifestem contra o ataque a um santuário xiita em Samarra.

O porta-voz precisou que pelo menos cem pessoas morreram – entre eles dez imames sunitas – e 168 mesquitas sunitas foram atacadas desde quarta-feira na violência sectária desatada em Bagdá e em outras cidades do país.

O secretário-geral do Partido Islâmico do Iraque, Tareq al-Hashemi, também anunciou que boicotaria as conversas com o governo em protesto contra os ataques às mesquitas sunitas, e que esta medida foi comunicada ao presidente iraquiano, Jalal Talabani. Al-Hashemi disse que o boicote foi decidido pela Frente do Acordo Nacional, que reúne o Partido Islâmico do Iraque e outros dois partidos sunitas, e pediu ao governo a imposição do toque de recolher para terminar com a violência anti-sunita.

– Nossa confiança nestes partidos com que estamos negociando, e em particular a Aliança Unida Iraquiana e a corrente de Al Sadr, foi deteriorada após sabermos que esta coalizão, principalmente a corrente de Al Sadr, pode estar por trás do que está acontecendo – disse em entrevista coletiva.

AGÊNCIA EFE
 

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