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 | 08/02/2006 18h46min

Ex-funcionária do PT detalha caixa dois em Londrina

Soraia Garcia disse que partido recebeu R$ 300 mil após visita de Dirceu

Em cerca de três horas e meia de depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, a ex-funcionária do PT de Londrina Soraia Garcia deu detalhes de como funcionava o esquema de caixa dois no diretório municipal do partido. Em alguns momentos, ela ficou emocionada e chorou em respostas ao senador José Agripino (PFL-RN). Ela disse que era filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) pois acreditava que o partido iria mudar o país.

– Mas piorou tudo. Eu amo meu país, sou brasileira. Não se pode mais fazer o que se faz. Não interessa se é PSDB, PMDB, PFL, PT, não interessa! Nosso país não é feito de partidos, é feito de homens – disse.

Soraia afirmou que no dia 16 de outubro de 2004 a cidade recebeu a visita oficial do então ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu. De acordo com a depoente, o diretório do partido organizou uma grande festa para receber o ministro.

– Dirceu foi recebido com toda pompa e honra que merece um ministro de Estado – afirmou.

Na mesma semana, afirmou a depoente, o diretório do PT em Londrina recebeu R$ 300 mil em notas de R$ 100, "novinhas e lacradas". Soraia também afirmou que Augusto Júnior, diretor financeiro da campanha para a reeleição do prefeito Nedson Micheleti (PT), teria afirmado, dias antes da visita, que José Dirceu iria trazer dinheiro para ajudar na campanha eleitoral.

Além de caixa dois, a ex-funcionária afirmou que o partido contratou cabos eleitorais para boca-de-urna. Segundo ela, um dos coordenadores da campanha teria consultado por telefone o deputado federal Paulo Bernardo (atual ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão) para saber se havia recursos para pagar R$ 100 por dia para cada cabo eleitoral. Soraia informou que Paulo Bernardo teria autorizado a contratação.

Ao comentar o depoimento de Soraia Garcia, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que o depoimento é frágil e que a depoente não tem como provar as acusações apresentadas. Tião Viana também disse que o inquérito na Polícia Federal (PF) sobre o suposto caixa dois na prefeitura de Londrina (PR) aponta apenas indícios de irregularidades da ordem de R$ 137 mil. O senador afirmou também que, como o inquérito ainda está em andamento, o PT poderá defender-se perante a PF.

AGÊNCIA SENADO

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