Milhares de venezuelanos desfilaram hoje em Caracas para expressarem apoio ao presidente Hugo Chávez e repúdio à ingerência dos Estados Unidos nos assuntos da Venezuela. A manifestação foi convocada para comemorar o 14º aniversário da tentativa de golpe de Estado de 1992 contra o social-democrata Carlos Andrés Pérez. Chávez foi um dos líderes do movimento.

O dia 4 de fevereiro de 1992 é considerado pelo "chavismo" uma data importante para a chamada "revolução bolivariana", junto com a rebelião popular de fevereiro de 1989 – também contra Pérez –, que deixou centenas de mortos. O deputado Dario Vivas, líder do Movimento V República (MVR) – o partido de Chávez –, declarou que a data "marcou o rumo da história moderna da Venezuela ao causar a ruptura do modelo político anterior".

Em um ambiente festivo e usando camisetas e bonés vermelhos, os manifestantes, muitos provenientes do interior do país, disseram que a demonstração garante que Chávez será reeleito com 10 milhões de votos nas eleições presidenciais de dezembro.

– Esta gigantesca maré vermelha é uma resposta contundente ao governo dos Estados Unidos, que se coloca novamente contra o governo venezuelano – declarou José Albornoz, secretário do partido Pátria Para Todos (PPT).

Já a primeira vice-presidente da Assembléia Nacional, Desiré Santos, disse que o "povo está dizendo ao império americano que não se engane, este povo vai defender sua pátria". A nova crise entre EUA e Venezuela começou na semana passada quando foi divulgado que a contra-espionagem venezuelana afirmou que descobriu uma operação de espionagem dos americanos, informação que Washington negou.

AGÊNCIA EFE