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 | 25/01/2006 09h56min

Morales enfrenta primeira crise de governo na Bolívia

Presidente decide substituir a cúpula das forças armadas e da polícia

O presidente Evo Morales inaugurou a primeira crise de seu governo na Bolívia. Em decisão polêmica, ele substituiu ontem toda a cúpula das forças armadas e da polícia, com a justificativa de que irá mudar a mentalidade das instituições e "colocá-las a serviço do povo". Ao mesmo tempo em que disse respeitar a institucionalidade nas promoções, o presidente boliviano alegou não querer que os militares "continuem sendo um instrumento político".

– Os generais que perderam seus cargos não estão sendo punidos, mas terão de se submeter a uma investigação – disse Morales, em referência à suspeita de que a cúpula das forças armadas esteja envolvida no desmonte de 28 mísseis terra-ar, com a ajuda dos Estados Unidos.

Não bastasse a polêmica da substituição, Morales nomeou um general-de-brigada (dois postos abaixo de general-de-exército, a patente máxima) como novo comandante das forças armadas. A nomeação foi considerada "incorreta e injusta" pelo general Marco Antonio Vásquez, a quem corresponderia, por sucessão direta, o comando.

Também foi empossado o novo comandante da Polícia Nacional, o general Isaac Pimentel. Na cerimônia de posse, Morales destacou que, "após refletir profundamente", entendeu "que é importante potencializar e fortalecer" as forças armadas porque, caso contrário, seu país não será "livre e soberano".

Durante o discurso, um general tentou entrar no salão aos gritos e foi contido pelas pessoas que acompanhavam a nomeação. A esposa de um dos militares que deixa o cargo também entrou gritando no mesmo salão e foi retirada do lugar.

– Romperam as regras. As leis não estão sendo respeitadas. Estão rompendo a hierarquia das forças armadas. Minha vida é o exército, e agora me aposentam sem direito sequer a ser ouvido – disse o general Vásquez, quase às lágrimas.

O novo ministro da Defesa boliviano, Walker San Miguel, justificou que "as forças armadas vão se abrir para a sociedade e trabalhar arduamente para que todos os militares contribuam para o desenvolvimento, a integração e a inclusão".

ZERO HORA
 

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