O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, afirmou nesta sexta-feira que sete pessoas morreram e mais de 40 foram feridas no ataque israelense contra seu quartel-general em Ramallah, na Cisjordânia. Em entrevista à rede de tevê CNN, ele acusou os Estados Unidos de cederem armas a Israel.

Na madrugada desta sexta-feira, o exército de Israel ocupou a cidade de Ramallah, e invadiu o escritório da ANP, onde mantém o líder Arafat isolado. A ação seria uma resposta ao ataque terrorista contra um hotel de Natanya, ocorrido na quarta, dia 27, que matou 21 pessoas. O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon declarou que Arafat é inimigo de Israel e por isso, deflagrou a guerra ao terrorismo.  

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, também concedeu coletiva nesta sexta para pedir ao presidente da Autoridade Nacional Palestina que atue para deter os atentados contra Israel. Para Powell, estes crimes são a causa da crise atual no Oriente Médio. Também pediu cautela nas incursões de Israel e fez referência a uma conversa que teve com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, na qual ele teria garantido que o líder palestino Yasser Arafat não será morto.

Em resposta à ocupação de Ramallah, uma mulher-bomba palestina de 16 anos explodiu dentro de um supermercado no distrito de Kiryat Yovel, um subúrbio de Jerusalém, matando três pessoas (incluindo a própria suicida) e ferindo pelo menos 20. O ataque, o segundo do Pessach, a Páscoa judaica, ocorreu no momento em que muitos israelenses faziam suas compras antes do início do Sabbath – o dia de descanso e orações dos judeus. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do movimento palestino Fatah, assumiu a autoria do atentado e identificou a mulher-bomba como Ayat Al-Akhrass, do assentamento de refugiados Daheisheh, em Belém.

O grupo militante Hamas também avisou que Israel agora vai enfrentar novos atentados suicidas.