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 | 23/12/2005 14h58min

Ibama multa multinacional por crime ambiental na Bahia

Veracel Celulose provocou prejuízos à Mata Atlântica

O Ibama autuou a Multinacional Veracel Celulose em R$ 320 mil por impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas de Mata Atlântica em 1,2 mil hectares. Uma das maiores companhias do ramo no país, a européia Veracel, situada em Eunápolis, no sul da Bahia, foi enquadrada na Lei de Crimes Ambientais de 1998.

O crime foi constatado com base em análises de imagens de satélite e informações georeferenciadas sobre as áreas pertencentes às empresas de celulose que atuam na região, fornecidas pelo Ministério Público. Segundo o gerente do Ibama no sul da Bahia, José Augusto Tosato, a Veracel compromete a Mata Atlântica com a plantação do eucalipto.

A devastação preocupa o Ibama, entre outros motivos, porque a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta. No Brasil restam apenas 7% da sua configuração original.

– Diante desse fato, impedir sua regeneração em área de 1.200 hectares é delito gravíssimo. Enquanto fazemos de tudo para conectar os fragmentos florestais que resistem, via Projeto Corredores Ecológicos, é inaceitável que empresas trabalhem na contramão dessa estratégia vital para a salvação da Mata Atlântica – afirmou Tosato.

Segundo o gerente, o Ibama dará prosseguimento às investigações, pois há indícios de desmatamentos em outros pontos da floresta da região. Uma vez confirmados, novos autos serão emitidos e áreas serão embargadas para ser recuperadas.

A Veracel possui cerca de 140 mil hectares no extremo sul da Bahia, sendo 75 mil plantados com eucalipto para produção de celulose. Metade da Companhia pertence à empresa sueco-filandeza Stora-Enso, e metade à brasileira Aracruz Celulose.

Quase todo sul da Bahia foi beneficiado pelo Projeto Corredores Ecológicos, de proteção e expansão de florestas tropicais, entre as quais a Mata Atlântica. O projeto conta na Bahia com a parceria do governo do Estado, além da participação de órgãos públicos e organizações não-governamentais.

– O objetivo é criar condições para aumentar a conectividade dos remanescentes florestais – explica o gerente do Ibama no Sul da Bahia, José Augusto Tosato.

Os Ministérios Públicos Estadual e Federal, além de outras entidades representativas, solicitaram ao Ibama informações sobre os impactos de plantações de eucalipto (para produção de papel) na Mata Atlântica. Este fato levou o órgão a realizar audiência pública em Porto Seguro em outubro passado. Mais de 2,6 mil pessoas compareceram, entre elas lideranças da comunidade, o que, para o gerente do Ibama, demonstra a preocupação que o tema suscita na Bahia.

IBAMA

 

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