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 | 28/11/2005 18h24min

Família de Jean Charles elogia decisão de investigar Ian Blair

Chefe da Scotland Yard é acusado de tentar ocultar informações

A família de Jean Charles de Menezes se mostrou satisfeita hoje com a decisão de se abrir uma investigação sobre a conduta do chefe da Scotland Yard, Ian Blair, após a morte do brasileiro, baleado por policiais que o confundiram com um terrorista, no último dia 22 de julho. Em um comunicado, a família ressaltou que Ian Blair, como chefe da Polícia Metropolitana de Londres, "tem a última responsabilidade pela morte de Jean Charles" e o acusa de "tentar ocultar deliberadamente o que de fato aconteceu".

Segundo a família, a polícia teria que ter sabido em poucos minutos que tinha matado um homem inocente, mas Blair afirmou que não soube disso nas 24 horas seguintes. Patrícia da Silva Armani, prima de Jean Charles e que dividia apartamento com ele, ressaltou que a dor causada pela perda de seu familiar é "imensa", mas o fato de a Polícia ter tentado ocultar a verdade "a tornou insuportável".

A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, em inglês), que tenta esclarecer as causas da morte de Jean Charles, informou hoje que também investigará a conduta de Ian Blair.

A decisão tomada hoje pela IPCC atende a uma queixa oficial contra Ian Blair apresentada no mês passado pela família do brasileiro, que o acusa de ter mentido sobre o caso, que aconteceu na estação de metrô londrina de Stockwell, no sul de Londres. O delegado-chefe da Scotland Yard está sob pressão desde agosto, quando vazaram à imprensa britânica alguns documentos da investigação que questionavam a versão inicial das forças da ordem.

Segundo as informações vazadas aos meios de comunicação, Jean Charles não fugia dos agentes nem vestia uma jaqueta na qual poderia esconder uma bomba, como tinha garantido a polícia a princípio. Além disso, a conduta de Ian Blair também foi posta em xeque depois de a IPCC ter revelado que a Scotland Yard resistiu inicialmente à abertura da investigação sobre a trágica morte do brasileiro.

AGÊNCIA EFE
 

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