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 | 26/02/2002 08h19min

Nei Machado deverá ser julgado na Colômbia

O gaúcho Nei Machado, o Pitoco, sócio do traficante carioca Fernandinho Beira-Mar, será julgado na Colômbia, onde está preso há um ano. A decisão foi tomada há duas semanas pela Fiscalia (equivalente ao Ministério Público), que ofereceu a denúncia contra Machado e outros integrantes da quadrilha de Beira-Mar.

O gaúcho é acusado de formação de quadrilha para fins de tráfico de drogas e falsidade ideológica. Há, porém, outro processo contra Pitoco, que envolve Beira-Mar e integrantes do grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Eles são acusados de fornecerem armas para a guerrilha em troca de drogas e proteção. As informações foram confirmadas ontem pelo delegado Antônio César Nunes, adido da Polícia Federal (PF) na Colômbia.

A decisão deverá retardar o processo envolvendo o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro, que esperava uma solução para o caso ainda este ano. O mais provável é que Pitoco, caso seja condenado, cumpra primeiro a pena na Colômbia, antes de ser extraditado.

– Se for condenado, acho difícil que a extradição ocorra antes que Machado cumpra a pena, que pode chegar a 20 anos de prisão – disse o delegado Nunes.

De acordo com Nunes, não há previsão de quando Nei Machado e os outros acusados brasileiros detidos na Colômbia irão a julgamento. O delegado informa que trata-se de um processo volumoso, cujas provas foram reunidas durante a Operação Gato Negro, desencadeada no ano passado por militares colombianos na selva amazônica para prender guerrilheiros e traficantes de drogas.

– Há uma série de provas contra o bando de Beira-Mar que ainda estão sendo analisadas – afirmou o delegado da PF, em Bogotá.

Além do gaúcho, que exercia uma liderança na organização criminosa de Beira-Mar, estão detidos em Bogotá, Ronaldo Alcântara de Moraes, irmão de uma namorada de Beira-Mar, Jacqueline, Yiner Aragão e João França Pinheiro. Todos foram denunciados com Elizete da Silva Lira, mulher de Beira-Mar, que foi extraditada para o Brasil. Ela foi notificada das acusações, assim como o traficante carioca, que está preso em Brasília.

O processo que envolve Beira-Mar, Nei Machado e integrantes das Farc como Tomás Medina Caracas, o Negro Acácio, porém, é bem mais complexo, segundo revelou o delegado da PF. Ao ser preso em fevereiro do ano passado, o gaúcho estava num acampamento junto a um laboratório de refino de cocaína em Barrancominas, região controlada pelas Farc.

No local, meses depois, foi capturado Beira-Mar. Com eles, foram apreendidos documentos que detalhavam o esquema de contrabando de armas de Beira-Mar e Pitoco para a guerrilha colombiana. Cópias da documentação estão em poder da PF. Desde que foi preso, Nei Machado já tentou fugir duas vezes das prisões colombianas, com planos que envolvia o suborno de policiais daquele país.

KLÉCIO SANTOS

 

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