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 | 17/10/2005 16h03min

Ministério da Agricultura investiga novo foco de febre aftosa

Laudo dos exames em animais de cinco fazendas de Japorã deve ser divulgado ainda hoje

O Ministério da Agricultura investiga um novo foco de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. O laudo deve ser divulgado ainda hoje. Os exames foram feitos em animais de cinco fazendas no município de Japorã, vizinho de Eldorado, onde foi confirmado o primeiro foco. Segundo assessores técnicos do Ministério da Agricultura, há fortes indícios da doença. O Ministério teme novos focos e, por isso, vai sugerir, que mais duas cidades entrem na área de isolamento: Tacuru e Sete Quedas.

Depois do sacrifício de 582 animais da fazenda Vezozzo na semana passada - onde foi detectado o foco - cerca de 230 reses da fazenda vizinha (Jangada) começam a ser abatidas a partir desta segunda. Segundo o presidente da Agência Estadual de Defesa Animal (Iagro), João Cavallero, esses animais tiveram contato direto com os infectados e apresentam sintomas clínicos da doença. Por isso, serão eliminados antes mesmo do diagnóstico. Caso o vírus seja confirmado, cerca de 3,6 mil animais da mesma fazenda poderão ter o mesmo fim. Ao todo, os abates na região interditada podem chegar a seis mil pelos cálculos do Ministério da Agricultura.

Hoje, uma missão técnica do governo se reunirá com representantes da União Européia (UE) - que suspendeu as compras de carne bovina de três estados (São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul). Suspender o embargo é fundamental para o país, pois o bloco é o principal mercado para a carne brasileira.

A suspeita de um novo foco de febre aftosa no país, deixa pecuaristas e autoridades ainda mais tensos. Ainda nesta sexta, prefeitos e produtores dos municípios isolados pela Defesa Sanitária de Mato Grosso do Sul participam de uma reunião com o governo do Estado. No encontro, será pedida a ajuda do governo estadual para amenizar os prejuízos.

O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa anuncia nas próximas horas o resultado do exame feito no rebanho da fazenda Vezozzo que vai indicar se o gado estava vacinado ou não. Nos frigoríficos, os funcionários já estão preocupados com a possibilidade de demissões.

Além dos pecuaristas, o setor de transporte de carne e de animais também já sofre conseqüências do embargo à carne produzida em Mato Grosso do Sul. Nesta segunda, caminhoneiros bloquearam rodovias dos municípios de Iguatemi e Eldorado. A rodovia federal, por onde passam mais de 3 mil carretas por dia, é a principal ligação entre os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.  Produtores rurais, donos de frigoríficos e de indústrias de laticínios também se uniram ao protesto. Eles querem a criação de um corredor sanitário nos cinco municípios isolados pela Defesa Sanitária.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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