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 | 22/08/2005 13h33min

Em dia tranqüilo, dólar cai 2,04% e Bovespa sobe 2,03%

Percepção do investidor estrangeiro melhora com queda no risco-país

O mercado financeiro já voltou ao normal hoje, depois do vendaval no último pregão, quando apareceram denúncias de corrupção contra o homem-forte da economia, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Em uma reação positiva aos esclarecimentos do ministro, neste domingo, todos os ativos financeiros recuperaram as perdas nesta primeira etapa do dia. O dólar comercial encerrou a manhã com queda de 2,04%, a R$ 2,398 na compra e R$ 2,400 na venda – na mínima do dia voltou a ficar abaixo de R$ 2,40. O risco-país, que mede da percepção do investidor estrangeiro, estava às 13h em 408 pontos, 11 pontos a menos do que na sexta-feira, quando fechou em 419 pontos-base.

Também se recuperaram os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O Índice Bovespa terminou o pregão da manhã em alta de 2,03%, acima dos 27 mil pontos novamente (27.186 pontos). O volume financeiro chegava a R$ 450 milhões. Entre as ações mais negociadas estavam Petrobras PN, Usiminas PNA e Gerdau PN. Subiam Ipiranga Petróleo PN (4,84%), Eletrobras ON (3,93%) e Tele Leste Celular PN (3,72%). Caíam apenas Brasil ON (1,31%), Eletropaulo PN (0,86%), Cesp PN (0,30%) e VCP PN (0,17%).

Na BM&F, os juros futuros voltaram a cair. O contrato de DI para setembro de 2005 passava de 19,68% para 19,65%. Para outubro, o Depósito Interfinanceiro, que fechou em 19,66% na sexta-feira, estava há pouco em 19,62%. O contrato de janeiro do ano que vem caía para 19,24%, contra 19,28% na sexta-feira, e o de abril passava de 18,82% para 18,76%. O DI de janeiro de 2007 estava em 18,22%, contra 18,50% no fechamento de sexta-feira.

Para a maior parte dos analistas e até de lideranças da oposição a defesa de Palocci foi consistente. Em uma entrevista coletiva de mais de duas horas o ministro, que foi acusado por Rogério Buratti de receber propina da empresa Leão & Leão quando era prefeito de Ribeirão Preto, negou as acusações e afirmou que a política econômica não mudaria, mesmo se ele deixasse o cargo.

Hoje, além da repercussão da entrevista de mais de duas horas de Palocci, o mercado analisa o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Mais uma vez, o mercado reduziu sua projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2005. A previsão para este ano caiu de 5,40% para 5,34%, aproximando ainda mais a média das previsões do centro da meta ajustada estabelecida pelo Banco Central, de 5,1%. Para 2006, o mercado prevê um IPCA de 4,96%, contra 4,98% da semana anterior.

Na próxima quinta-feira será divulgada a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na semana passada, o BC manteve, pela terceira vez consecutiva, a Selic. A taxa básica de juro permanece em 19,75% ao ano, pelo menos até a próxima reunião de setembro.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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