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 | 06/08/2005 02h00min

Versão de empréstimos começa a ser desmontada

Conta da SMP&B recebeu R$ 210 milhões como empréstimo do Banco Rural

Uma análise contábil realizada por peritos do Ministério Público (MP) enfraquece a versão dos empréstimos bancários do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do empresário Marcos Valério de Souza para justificar os saques milionários na SMP&B e na DNA.

Segundo reportagem da revista IstoÉ que chega às bancas neste final de semana, os extratos bancários analisados mostram que, somente a título de empréstimos bancários, entraram R$ 210 milhões na conta da SMP&B no Banco Rural no período de 2000 a 2005. Do total, R$ 184,5 milhões ocorreram durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. No governo Fernando Henrique Cardoso, R$ 18,5 milhões desses supostos empréstimos bancários foram contabilizados na conta da agência do empresário, suspeito de ser o operador do mensalão.

A análise dos peritos foi encomendada pela procuradora Raquel Branquinho com base em informações enviadas pelo Banco Central à CPI dos Correios. Raquel integra a força-tarefa montada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para acompanhar as  CPIs dos Correios, do Bingo e do Mensalão.

Segundo IstoÉ, os investigadores suspeitam que há indício de uma fraude contábil, montada com a conivência do banco mineiro, para justificar as cifras que ingressavam sem procedência justificada nas contas das empresas de Valério. Além dos empréstimos bancários, R$ 20 milhões entram na conta da SMP&B sob justificativa de estornos. O MP avalia que essas dúvidas somente poderão ser esclarecidas depois que o Banco Rural entregar as fitas magnéticas com detalhamento de suas operações. A análise dos extratos bancários coincidem com as investigações da CPI dos Correios, que começa a suspeitar também dos empréstimos.

– Em relatório encaminhado ao Ministério Público, Marcos Valério diz ter
contraído seis empréstimos que somariam R$ 55 milhões. Mas a CPI já
localizou 12 empréstimos – afirmou à revista o sub-relator da CPI, deputado Gustavo Fruet (PMDB-PR).

Para Fruet, a contradição explica a demora do Banco Rural em fornecer as fitas magnéticas com as transações bancárias que ajudarão a esclarecer a verdadeira origem das contas do empresário que teriam financiado parlamentares da base aliada do governo.

As informações são de Zero Hora.

 
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