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 | 02/03/2005 18h29min

Papa ainda pode viver vários anos se descansar bastante

Vaticano não sabe quando João Paulo II sairá do hospital

O papa João Paulo II ainda pode viver muitos anos, desde que se recupere com calma de sua mais recente crise de saúde e que reduza seus compromissos no futuro, disseram especialistas nesta quarta, dia 2. Aos 84 anos, o papa terá de enfrentar decisões difíceis nos dias e semanas após a cirurgia de traqueotomia a que foi submetido na última quinta para ajudar em sua recuperação, mas é muito possível que ele recupere grande parte de sua forma.

– Se o deixarem descansar e se recuperar, que motivo haveria para ele morrer agora? Nenhum. O papa é um paciente que ainda pode viver alguns anos, embora sempre ficando ligeiramente mais fraco – disse o professor Gianni Pezzoli, diretor da Associação Italiana de Parkinson.

O papa, vítima do mal de Parkinson, foi levado às pressas para o hospital em duas ocasiões no mês passado com dificuldades para respirar, o que obrigou os médicos a realizar a traqueotomia, a colocação de um tubo na garganta para levar o ar para os pulmões. A preocupação de que ele desenvolvesse uma pneumonia se reduziu, e o Vaticano diz que ele está se recuperando bem, voltando a falar e se alimentando regularmente. As duas decisões imediatas para a equipe médica, agora, são: quando remover a traqueotomia e quando deixá-lo voltar para casa.

O Vaticano ainda não disse quando o papa terá alta, e alguns médicos sugeriram que ele não voltará para casa antes do domingo de Páscoa, em 27 de março. Quando voltar ao Vaticano, a prioridade máxima deve ser o descanso.

– Os pacientes em estágio avançado de Parkinson sofrem de fadiga e precisam de muito descanso – disse Sheila Scott, gerente de política social da Sociedade da Doença de Parkinson, em Londres.

Para o professor Pezzoli, o papa possui uma versão de Parkinson de progressão bem lenta. Ele acredita que a doença tenha se instalado há 17 anos. A doença de Parkinson afeta o sistema nervoso, causando tremores, rigidez e lentidão nos movimentos. Não há cura. O papa apresenta vários sinais clássicos da doença, como a perda das expressões faciais. Mas não há indicações de que ele sofra de outros sintomas possíveis, como depressão, lentidão de raciocínio ou problemas de memória.

Ele parece determinado em continuar chefiando a Igreja Católica. Embora nenhum médico vá se atrever a lhe pedir que deixe o posto, os especialistas afirmaram que sua equipe precisa manter sua carga de trabalho no menor nível possível nos próximos meses.

– Ele é surpreendente, e deve ter uma impressionante força de vontade. Parece estar se levantando de novo, mas precisa de tempo e apoio – disse Scott, da Sociedade da Doença de Parkinson.

As informações são da agência Reuters.


 
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