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 | 29/08/2001 22h08min

Autoridades sanitárias defendem ação conjunta

Seminário Pecuária no Mercosul - E Agora? debateu políticas conjuntas contra doenças infecciosas

O Mercosul precisa de ações conjuntas no combate a doenças infecciosas. A opinião é consenso entre autoridades sanitárias de Brasil e Paraguai que participaram do seminário Pecuária no Mercosul - E Agora?, realizado nesta quarta-feira na Casa RBS da Expointer. Os especialistas concordaram que a volta da aftosa no Brasil, no Uruguai e na Argentina ocorreu por causa da falta de políticas unitárias na região. Na avaliação do presidente da Federação das Associações Rurais do Mercosul, o paraguaio Juan Nestor Nuñes Irala, os governantes sempre priorizaram os interesses políticos e econômicos individuais em detrimento das questões sanitárias. Na sua avaliação, o mercado internacional para as carnes do bloco econômico só será conquistado com ações conjuntas. – Temos que pensar, trabalhar e oferecer os produtos em bloco, com o selo do Mercosul – declarou Irala. Para o chefe do Serviço de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura no Estado, Hélio Pinto da Silva Filho, a unificação de políticas no Mercosul tem que sair do discurso e se tornar uma prática. – Chega de termos um foco a cada ano. Temos que varrer a enfermidade de vez – disse Silva Filho. Para Luiz Alberto Pitta Pinheiro, do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), ações de integração no Mercosul são antigas e apresentam resultados positivos na esfera sanitária. Lembrou que a comissão de combate à aftosa, que reúne cinco países, realizou 28 reuniões neste ano. Destacou que o Brasil, o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e o Chile adotam o mesmo tipo de vacinação e uma sistemática idêntica de atuação no combate aos focos. – A integração é razoável no campo da sanidade, mas não é exercida na plenitude – ponderou Pitta Pinheiro. Em sua palestra, o consultor da Comissão Panamericana de Saúde, José Fernando Dora (foto), também defendeu a adoção de ações conjuntas no Mercosul, mas ressaltou que os acordos têm que envolver toda a cadeia da carne. Na sua visão, a participação da sociedade é também substancial. – Quando a competência nesta área era dos técnicos, tudo funcionava. Agora, com o crescimento do comércio, aparecem outros interesses – ponderou. O seminário Pecuária no Mercosul - E Agora? foi mediado pelor jornalista Irineu Gaurnier Filho.

 
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