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 | 29/03/2001 09h53min

Casan aguarda reconsideração sobre penhora de R$ 4,2 mi

A Companhia de Águas e Saneamento (Casan) aguarda para esta manhã de quinta-feira o parecer do Tribunal de Justiça. Na quarta-feira, a empresa entrou com pedido de reconsideração da decisão do Tribunal que determinou o empenho de R$ 4,2 milhões do caixa da empresa. O dinheiro deve ficar bloqueado enquanto tramita na Justiça ação trabalhista dos funcionários da empresa. A Casan solicitou à Justiça revisão da determinação e ofereceu a substituição por imóveis. O pedido já havia sido feito anteriormente, mas como os funcionários não aceitaram, a Justiça determinou o bloqueio do dinheiro. Na quarta-feira, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento de Santa Catarina (Sintae) e a diretoria da Casan tiveram uma reunião para tentar resolver o impasse. O Sintae apresentou sua proposta: aceita os bens como penhora se a Casan aprovar uma lista de 41 reivindicações, incluindo reajuste salarial de 20% e a manutenção de benefícios do acordo coletivo, aponta o secretário executivo do sindicato, Gilmar Salgado. O presidente da Casan disse nesta manhã que vai aguardar a decisão judicial, antes de negociar com o sindicato. Ele afirma ainda que ficou indignado com a lista de reivindicações dos funcionários, que está sendo analisada pela diretoria da empresa. O bloqueio deixa um rombo no caixa da Casan e deve impossibilitá-la de saldar suas dívidas. A empresa pode deixar de pagar os salários de março dos cerca de 2,5 mil funcionários, que somam R$ 3,8 milhões. Ou de quitar parcela do financiamento com o Banco Mundial (Bird), no valor de R$ 6 milhões, que vence em 1º de abril. No dia 15, vence outra parcela de R$ 4 milhões com o Bird. Vieira explica que fica garantida apenas a compra de insumos, como cloro para tratamento da água e outros, para não afetar o atendimento à população. Mas os funcionários da Casan estão em campanha salarial e a falta do pagamento dos salários de março pode dar força ao indicativo de greve, anunciada para começar em 7 de abril se não sair acordo de reajuste. Por outro lado, o descumprimento do contrato com o Bird pode provocar o bloqueio do caixa do governo do Estado, que entrou como avalista da Casan no financiamento. A ação trabalhista dos funcionários que desencadeou a penhora tramita na Justiça desde 1991. Através dela, eles reivindicam indenização do pagamento atrasado de férias no período de 1986 a 1988.

 
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