| 17/11/2003 22h
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan afirmou nesta segunda, dia 17, que um real mais fraco tem sido positivo para as exportações brasileiras e que a moeda brasileira deve recuar ainda mais em relação ao dólar nos próximos meses.
– As previsões mostram que a taxa de câmbio deverá estar ao redor de R$ 3 por dólar nos próximos meses – afirmou o ministro a repórteres em entrevista coletiva na Bolsa de Valores de Nova York.
Seus comentários ocorrem em um momento de alta do dólar, em meio a especulações de que o Tesouro tem comprado dólares para aumentar o nível das reservas internacionais, fazer frente aos vencimentos no exterior e elevar a taxa de câmbio, apesar de o governo ter desmentido a responsabilidade pela alta da moeda norte-americana no mercado brasileiro.
As especulações em torno das atuações do Tesouro no mercado de câmbio cresceram após o Banco Central elevar de 90 para 180 dias o prazo para a liquidação das operações de compra e venda de dólares. Sem dizer se o governo vai intervir no câmbio para desvalorizar a moeda brasileira, Furlan afirmou que o setor privado deve se planejar para um real mais fraco no final de 2004.
– Na previsão de Orçamento... nós temos uma taxa de R$ 3,15 por dólar para dezembro do ano que vem, e é dentro desse cenário que o setor privado deve se programar – disse.
Muitos analistas acreditam que o governo planeja intervir no mercado de câmbio após exportadores reclamarem da queda do dólar. Segundo Furlan, a taxa de câmbio de setembro, quando o dólar foi negociado entre R$ 2,90 e R$ 3,00, ajudou os exportadores. De outubro até 10 de novembro, o dólar operou basicamente entre R$ 2,80 e R$ 2,90 reais. Nas últimas quatro sessões, o dólar flutuou entre R$ 2,90 e R$ 3,00 reais.
– O nível ao redor de R$ 3 é um número adequado. Os melhores meses de exportações do Brasil foram exatamente em setembro e outubro, coincidindo com esse cenário – afirmou Furlan.
Após perder 35% de seu valor em 2002, o real se valorizou em mais de 21% neste ano. Apesar do câmbio ter ajudado o governo a controlar a inflação, muitos empresários temem que os bens brasileiros possam perder competitividade nos mercados globais.
Com informações da Agência Reuters.
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