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Blair revela que estava preparado para renunciar antes da guerra

Primeiro-ministro britânico concedeu entrevista ao tablóide The Sun

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, revelou, em entrevista publicada nesta sexta, dia 18, em Londres, que estava preparado para renunciar caso seu partido se opusesse a sua decisão de se aliar aos Estados Unidos na guerra contra o Iraque.

Na entrevista ao tablóide The Sun, Blair contou que chegou a preparar sua família e seus assessores mais próximos para o preço que poderia ter de pagar pela revolta dentro do Partido Trabalhista.

– No final, a decisão faz com que você coloque toda a sua liderança em risco – disse o premier. – A questão é que algumas pessoas terão que ir e morrer como resultado de nossa decisão. No fim, se você perder a chefia do governo, bem, perdeu.

Blair também disse ao jornal que, nos primeiros dias da guerra lançada em 19 de março, teve receio de que a resistência por parte das forças iraquianas – mais forte do que se esperava – retardasse o avanço anglo-americano.

– Houve momentos em que parecia que estávamos atolando – admitiu. –Passados 10 dias, me perguntava quanto tempo mais ia durar. Será que teríamos calculado mal a profundidade da resistência?

Apesar da oposição de muitos trabalhistas e do partido Democrático Liberal, Blair conseguiu aprovar a resolução que comprometia o envolvimento de tropas britânicas no conflito. Ian Duncan Smith, líder do Partido Conservador, a principal força de oposição ao governo, votou a favor do premier. Vários ministros aliados, porém, reunciaram, como Robin Cook, líder da Câmara dos Comuns e ex-secretário das Relações Exteriores.

Tamanha pressão antes da votação no Parlamento levou Blair a se reunir com a família e avisar aos filhos que seu cargo estava na berlinda.

– Me sentei com eles e, em um momento, expliquei que isso seria extremamente difícil e que havia a possibilidade de tudo se virar contra mim – contou. – Eles realmente me apoiaram, toda a família.

O que mais deixou o premier britânico aliviado foi a derrubada da gigantesca estátua de Saddam Hussein em uma praça no centro da Bagdá, uma ação que simbolizou a queda do regime do presidente iraquiano.

– Aquilo foi demais. Fiquei encantado e alividado – concluiu o premiê.

As informações são da Agência Brasil.

 
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