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 | 30/03/2003 14h08min

Bagdá treme sob fortes bombardeios no 11º dia de guerra

No Sul, aliados mudam táticas para enfrentar resistência

Aviões e mísseis norte-americanos e britânicos mantiveram ataques incessantes contra Bagdá neste domingo, dia 30, atingindo o sul e o leste da cidade e alvejando um dos palácios presidenciais e um campo de treinamento de forças paramilitares Fedayin.

Ao anoitecer do 11º dia da guerra para derrubar o presidente iraquiano Saddam Hussein, um incêndio de grandes proporções atingiu as proximidades do centro de Bagdá. Não se sabe se o fogo foi casado pelo ataques alidados ou por iraquianos, que teriam incendiado uma trincheira cheia de petróleo para dificultar os ataques aéreos da coalizão anglo-americana com nuvens de fumaça.

No decorrer da tarde, novas explosões foram ouvidas, com aviões sobrevoando a cidade. Soldados da Guarda Republicana do Iraque estariam entricheirados no sul de Bagdá, prontos para defender a capital contra o avanço das forças anglo-americanas. Autoridades iraquianas disseram que seis civis morreram e cinco ficaram feridos em um ataque aéreo na zona industrial de Zafraniya, ao sul da Bagdá, neste domingo.

Em Washington, o comando militar norte-americano disse que bombardeios ao longo da noite haviam atingido o principal centro de treinamento das forças paramilitares iraquianas, um palácio presidencial, um centro de inteligência e postos de lançamento de mísseis.

Jornalistas da Reuters em Bagdá disseram que bombas haviam atingido um complexo no interior de um palácio presidencial usado pelo filho de Saddam Hussein, Qusay. O complexo já havia sido atingido por diversos mísseis nos primeiros dias da guerra.

Outras cidades também estão sendo atingidas pelos bombardeios. O correspondente da Reuters, Joseph Logan, ouviu pelo menos cinco grandes explosões vindas da cidade de Kirkuk, onde há importantes reservas de petróleo. Explosões atingiram ainda Mosul, ao norte, e Basra, ao sul do país, de acordo com correspondentes da TV Al-Jazeera.

Soldados aliados no sul do país disseram ter recebido ordens para pararem suas ações por pelo menos duas semanas enquanto a força aérea e a artilharia bombardeiam unidades da Guarda Republicana de elite que protegem fortemente a capital do presidente Saddam Hussein. Um dos mais importantes generais de Washington disse que a pior parte da guerra, que já dura 11 dias, ainda está por vir e que é necessário ter paciência.

As linhas de suprimento de 350 quilômetros até o Kuwait são longas – as rações estão acabando no front – e vulneráveis às guerrilhas. A resistência iraquiana surpreendeu os invasores em várias cidades do sul do país, incluindo em cidades supostamente anti-Saddam como Basra, levando a pedidos de reforço aos Estados Unidos e a mudanças de táticas. Uma das metas da coalizão é se preparar para ataques terroristas – como o ocorrido no Kuwait, quando um caminhão foi lançado contra soldados americanos no norte do país.

Correspondente da Reuters viu soldados cavarem trincheiras mais fundas e colocar minas ao redor de seu campo no centro do Iraque:

– Parece que eles vão ficar nessa posição por pelo menos duas semanas – teria dito um sargento, segundo o correspondente. Com informações da agência Reuters.

 
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