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 | 28/03/2003 20h01min

PT quer fechar votação do sistema financeiro na terça

Medida abre caminho para autonomia do Banco Central

O PT reunirá a bancada de deputados na próxima terça-feira, dia 1º, e deve fechar questão sobre a votação no plenário da Câmara da proposta de emenda constitucional (PEC) que permite a regulamentação do sistema financeiro por diversas leis complementares. O PT vai exigir disciplina partidária e quem votar contra o acordo estará sujeito a punições.

O assunto foi discutido nesta sexta-feira, dia 28, durante almoço do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Dirceu garantiu que a matéria será aprovada na próxima quarta-feira.

A matéria abre caminho para o envio de um projeto de lei complementar sobre a autonomia do Banco Central. Mas o ministro Dirceu voltou a garantir que a autonomia do BC não está na pauta do governo para este ano. O chefe da Casa Civil afirmou que o primeiro assunto a ser tratado pelo governo por meio de lei complementar será a regulamentação das cooperativas de crédito, um dos itens da regulamentação do sistema financeiro.

– Vamos votar e mostrar que temos ampla maioria – afirmou Dirceu.

O ministro também reunirá os líderes da base aliada na próxima segunda-feira para discutir a matéria. A orientação do Palácio do Planalto é para que os partidos da base aliada (PT, PDT, PSB e PL, principalmente) na Câmara dos Deputados votem o texto da proposta do ex-senador José Serra (PSDB-SP).

O governo também se posicionará contra a alteração que a ala radical do PT vai propor à PEC, que já foi um dos motivos que levou ao adiamento da votação da matéria na quinta-feira. A decisão de fechar questão sobre o assunto foi tomada depois que deputados da esquerda do partido discursaram, na sessão de quinta-feira, contra a votação da mudança do artigo 192 da Constituição.

O episódio desta semana expôs mais uma vez a desarticulação na base governista e as divergências internas do PT. Ele procurou também minimizar os desentendimentos.

– Isso aqui é outro governo. Não passamos o rolo compressor no Congresso Nacional. Não tem divergências – disse.

As informações são da agência Reuters.


 
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