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 | 05/03/2009 06h02min

Roth reencontra torcida fragilizado por suposta sondagem a Felipão

Direção ordena: chega de laboratório. Mais de 1,8 mil e-mails contra treinador foram enviados por torcedores

Leandro Behs e Luís Henrique Benfica  |  leandro.behs@zerohora.com.br; luis.benfica@zerohora.com.br

O interesse de grupos políticos do Grêmio pode estar na raiz da divulgação de informações sobre o retorno de Luiz Felipe Scolari ao Olímpico. Apesar de negada pela direção, a notícia fragiliza ainda mais o técnico Celso Roth, mesmo que seja antes do jogo contra o Ypiranga, hoje, às 19h30min, pela primeira rodada do segundo turno.

Scolari teria sido contatado segunda-feira pelo ex-presidente Fábio Koff. Surpreso com o interesse, teria pedido 24 horas para pensar. No dia seguinte, retornou a ligação. Alegou que questões pessoais o prendiam em Londres.

— Não autorizei ninguém a procurar o Felipão. Tenho convicção no Celso Roth, gostaria que o Felipão viesse só se o Roth falecesse de repente – disse o presidente do Grêmio, Duda Kroeff, negando qualquer possibilidade de contratar o pentacampeão mundial. — Demitir técnico é antiquado e simplista.

— Isso é mais desejo de torcedor do que iniciativa da direção — afirmou Evandro Krebs, assessor direto e um dos mais ativos conselheiros de Duda.

Assim como o presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, Krebs mantém conversas diárias com Duda desde a derrota do Grêmio no clássico. Ele revela que a diretoria chegou a pensar em um outro nome em dezembro, diante da indefinição sobre a permanência de Roth. Como o técnico renovou, foram suspensas as tratativas com outros técnicos. Um dos cotados foi Dorival Júnior, hoje no Vasco.

Do grupo que comanda o Grêmio, Raul Régis é quem possui maior afinidade com Scolari. Vice de futebol em 1987, foi ele quem o contratou pela primeira vez. O técnico veio do Juventude para o lugar do uruguaio Juan Mugica e conquistou o Gauchão daquele ano. Por coincidência, seu preparador físico era Celso Roth.

— Conversamos com muita frequência. Liguei para ele quando da demissão do Chelsea. Saberia se ele tivesse sido contatado — garante Régis.

Suposto intermediário da volta de Scolari, o ex-presidente Fábio Koff confirma que conversa regularmente com o técnico. Assegura, contudo, que nenhum diálogo ocorreu esta semana.

— Não tenho procuração para falar em nome do Grêmio — disse Koff.

Demitido dia 9 de fevereiro do Chelsea, o técnico definiu que ficará em Londres até junho. A partir daí, passará a analisar convites de seleções que estejam disputando as Eliminatórias para a Copa de 2010. Caso não assine com nenhuma delas, trabalhará em algum clube europeu de fora da Inglaterra. Por contrato, ele está proibido pelo Chelsea de assumir qualquer time inglês até o final do ano.

— Não falo com o presidente Koff desde a minha demissão do Chelsea — informou Scolari, por meio de seu assessor de imprensa, Acaz Fellegger.

A direção de futebol trata o “Caso Felipão” como algo normal em momentos de derrota. Há pressão de todos os lados, principalmente de conselheiros, assustados com a má repercussão da manutenção do técnico entre a torcida. A derrota no clássico provocou forte reação. Mais de 1,8 mil e-mails de associados exigindo a saída de Roth chegaram aos computadores instalados na Ouvidoria do Grêmio.

Amigo e vizinho de Fábio Koff, o assessor de futebol André Krieger nega que tenha pedido ao ex-presidente para interferir na volta do técnico campeão da Libertadores de 1995.

Definindo o caso como “bobagem”, Krieger garante que não aceitaria pressões para demitir Roth. Ao falar sobre os interessados em criar um clima de intranquilidade para o atual técnico, ele é evasivo:

— Tenho minhas suspeitas sobre quem vazou a informação, mas seria injusto conjecturar.

Na noite de terça-feira, Roth foi convocado por Krieger e pelo diretor de futebol Luiz Onofre Meira para uma reunião no departamento de futebol. O encontro durou duas horas e terminou às 20h45min. Contou em sua segunda metade com a presença de Duda. O recado foi dado ao técnico: o “laboratório” em que se transformou o Grêmio nessas primeiras semanas de 2009 foi fechado. É hora de fixar o esquema 3-5-2 e de definir um time titular – o que começará a ser feito esta noite, contra o Ypiranga.

— Roth será mantido porque minha direção não busca popularidade, mas resultados. É hora de voltar a vencer — cobrou Duda. 

 
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