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 | 18/12/2008 05h04min

Troca de funções entre Luigi e Carvalho marca rodízio no poder do Inter

Nos entendemos por música, disse o atual vice-presidente de futebol

Atualizada às 07h37min Guilherme Fister  |  guilherme.fister@zerohora.com.br

Quando passou a vice-presidência de futebol para Fernando Carvalho, Giovanni Luigi achou que seu celular teria folga. O agora assessor de futebol do Inter estava errado. Se uma reunião na Estação Rodoviária da Capital, onde trabalha, consome duas horas da tarde, por exemplo, ao final dela há 14 ligações de repórteres ou empresários não atendidas. Isso sem contar as chamadas no Nextel — sistema aparelho de conexão direta e celular.

A mudança no departamento de futebol pouco alterou sua rotina. A troca de cargos foi motivada pela eleição. Apesar do título da Copa Sul-Americana, a situação temia surpresa nas urnas. Carvalho era o garoto-propaganda da campanha. Mas Piffero achou necessária uma atitude agressiva. Na noite de quinta-feira, ligou para Carvalho e Luigi. Convocou reunião para a manhã seguinte em seu escritório, na Rua República, na Cidade Baixa. Quando se fecharam na sala, o presidente fez o anúncio:

— Olha, Giovanni, pensei bem, acho que o Fernando poderia ser o vice do centenário porque tem mais bagagem. Tem também a questão da imagem dele. Não tem a ver com o teu trabalho, conquistaste quatro títulos.

— Aceito, sem problema algum — respondeu Luigi.

Depois da reunião no escritório, todos saíram para cuidar de compromissos profissionais. Os envolvidos asseguram que não houve desconforto. Apesar da troca de cargos, os dois mantém a fórmula de 2008 e se dividem entre acompanhar o mercado, contratar jogadores e administrar o vestiário. Luigi nega que a mudança signifique um rebaixamento. Lembra dos títulos da Recopa/2007, da Copa Dubai e do Gauchão e de contratações como as de Magrão e Guiñazu. A promoção de Sandro teve o seu aval.

Luigi saúda a dupla com Carvalho. Para ele, será a chance de aumentar sua rodagem no futebol. O ex-presidente vai na mesma linha e lembra da afinidade entre eles. Carvalho garante:

— Nós nos entendemos por música.

Contar com Carvalho no vestiário era idéia de Piffero. Mas o ex-presidente queria um período para curtir as conquistas de 2006 e cuidar de assuntos do Clube dos 13 e ficou como consultor informal de Luigi. Com o impasse na contratação de Tite, foi chamado para convencer Piffero. Os dois obtiveram sucesso na empreitada e formaram a atual dupla.

 
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