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 | 05/12/2008 08h25min

Celso Roth: Vou guardar 2008 com carinho

Técnico diz que grupo tem um nível de trabalho muito alto

Felipe Bortolanza e Hector Werlang  |  felipe.bortolanza@diariogaucho.com.br / hector.werlang@diariogaucho.com.br

Uma vitória sobre o Atlético-MG, aliada à derrota do São Paulo para o Goiás, inscreverá o nome de Celso Roth na galeria nacional dos treinadores vitoriosos. Ele quer muito esta faixa, está incomodado por críticas. Ao avaliar seu trabalho no Grêmio, o treinador destacou que vai guardar este ano com carinho, pois o grupo tem um nível de trabalho muito alto. No entanto, o comandante reconhece que carrega uma dívida com a torcida.

Acompanhe o treino do Grêmio a partir das 16h

Confira a entrevista completa com Roth

Diário Gaúcho – Você nunca esteve tão perto de um título nacional. Já sentiu, no instinto, que chegou a hora?
Celso Roth
– Não senti absolutamente nada. Nesta semana talvez sinta algo, quando o jogo se aproximar, nas palestras finais, talvez. Tomara que eu sinta, pois não sou máquina. A pessoa não pode ficar sem emoção. O futebol te maltrata, te deixa mais com mágoas do que felicidades.

Diário – Se o título vier, este sentimento de mágoa mudará.
Roth
– Acho que não. Se acontecer, esta alegria é momentânea. A derrota é mais marcante.

Diário – Quando a desvantagem para o São Paulo ficou em cinco pontos, o grupo pensou que não tinha mais chances de título?
Roth
– Não, porque a matemática dizia que sim. Qual a diferença entre os jogadores e o treinador? É a maturidade. Por isso, a gente diz que o sábio só é sábio porque é velho. Quantas vezes coisas difíceis acontecem? Joga-se em casa e dá errado? Foi o que aconteceu com o São Paulo...

Diário – A frustração do São Paulo diante do Fluminense pode ter reflexo no domingo?
Celso
– Eles tinham uma expectativa de serem campeões em casa. E não conseguiram. Isso, no mínimo, mexe um pouco.

Diário – Como segurar a ansiedade dos atletas em saber o resultado do São Paulo durante o jogo do Grêmio?
Roth
– Se um jogador me pede para saber de um resultado, está fora. Mas não fará isso pois sabe com quem está lidando. É inegável, porém, que eles ficarão sabendo algo pela torcida.

Diário – Terá sido um ano especial, com ou sem título?
Roth
– Vou guardar este ano com carinho pois o grupo tem um nível de trabalho muito alto. Carrego uma dívida (pelos fracassos no primeiro semestre), mas tinha 50 dias de clube. Não fui eu que escolhi os jogadores...

Diário – Teu desejo de ficar passa pela conquista do título?
Roth
– O trabalho está exposto, sendo campeão ou não. A decisão está encaminhada.

Diário – Qual teu maior acerto neste Brasileirão?
Roth
– Foi ter decidido continuar no Grêmio, após aqueles tropeços contra Juventude e Atlético-GO. Para mim, seria mais fácil ter saído do clube.

Diário – O maior erro?
Roth
– Não lembro de ter cometido um erro capital, apesar de algumas partidas ruins, como o Gre-Nal.

Diário – A frustração, então, qual foi?
Roth
– Talvez o jogo contra o Cruzeiro (3 a 0, em Belo Horizonte) seja a derrota mais lamentada.

Diário – E o principal momento de dúvida?
Roth
– Vive-se a dúvida todo o dia. Em toda a escalação. Tu decides a vida de pessoas.

Diário – Se lidas com a vida de pessoas, como dizes que o título será momentâneo?
Roth
– O título ficará marcado, sem dúvida. Mas não posso falar sobre isto, o jogo não ocorreu. Preciso ter pé no chão.

Diário – Vai explodir sendo campeão?
Roth
– Eu? Vamos ver...

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