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 | 22/11/2008 00h29min

Aumenta número de desalojados após chuva dos últimos dias em Santa Catarina

Em Camboriú, deslizamento na noite desta sexta-feira deixou 25 casas comprometidas

Um deslizamento de terra por volta das 20h desta sexta-feira no bairro Vargem do Ranchinho, em Camboriú, no Litoral Norte, deixou cerca de 25 casas comprometidas e aproximadamente cem pessoas desalojadas. Após essa ocorrência, o Departamento Estadual de Defesa Civil calcula que 360 pessoas estejam desalojadas e 80 desabrigadas com as chuvas dos últimos dias no Estado.

Junto com Navegantes e Jacinto Machado, Camboriú foi uma das cidades que decretaram situação de emergência nesta sexta-feira. A Coordenadoria da Defesa Civil no município registrou alagamentos e deslizamentos que danificaram 12 casas e destruiram duas, além das 25 residências do último deslizamento. No total, 80 pessoas estão desabrigadas e 20 desalojadas na cidade.

Também em Camboriú, um menino de nove anos caiu em uma boca-de-lobo aberta e foi levado pela correnteza ao tentar atravessar uma rua alagada no bairro Monte Alegre. Ele foi resgatado por moradores e bombeiros, que o levaram ao hospital. O garoto não corre risco de morte.

Navegantes, no Litoral Norte, registra alagamentos em vários pontos da cidade, que deixaram cem pessoas desalojadas e 200 residências danificadas.

A ponte sobre o rio da Pedra cedeu na noite de quarta-feira em Jacinto Machado, no Sul, e a população foi orientada a usar um desvio. Uma ponte pênsil será construída ao lado como solução provisória para o problema que isolou a área rural do município, pois a estrutura atual, segundo o secretário de Obras, Lucimar Borba Brígido, não poderá mais ser recuperada.

Ao todo, 43 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência desde outubro por causa dos problemas relacionados à chuva. Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, chegou a decretá-la duas vezes, por deslizamentos e enxurrada.

Grande Florianópolis

A queda de uma barreira em um trecho do percurso das adutoras do sistema integrado da Casan para a Grande Florianópolis provocou o rompimento de duas das três tubulações na tarde desta sexta-feira.

Com o rompimento, o fornecimento de água foi prejudicado para a população de Biguaçu, São José, Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça e de toda a região Central de Florianópolis. Não há previsão para o restabelecimento do serviço.

Um deslizamento de terra por volta das 19h desta sexta-feira interditou a rodovia BR-282 no km 35, em Águas Mornas, na Grande Florianópolis. Por volta das 22h30min, o trânsito estava em meia pista, e a prefeitura e a Polícia Rodoviária Federal trabalhavam para normalizar o tráfego.

Vale do Itajaí

Durante a noite de quinta-feira e a manhã de sexta-feira, em Blumenau, no Vale do Itajaí, a Defesa Civil atendeu 80 ocorrências. Na rua das Missões, parte do pátio de uma floricultura deu lugar a uma imensa cratera, levando viveiros de plantas e vasos da loja.

O túnel da rua Vitório Alcântara, no bairro Ponta Aguda, teve de ser interditado durante a manhã por conta do barro, galhos e pedras que caíram sobre a entrada.

Novos deslizamentos de terras aconteceram durante a noite de quinta-feira no Morro dos Coripós, também em Blumenau, no bairro Escola Agrícola. A rua Germano Grosch foi a mais atingida, com árvores inteiras caídas sobre a rua. Casas de madeira que foram abandonadas pelos moradores cederam e tombaram na via.

Em Gaspar, sete famílias tiveram que deixar as casas devido a rachaduras e quedas de muros e paredes. A principal avenida da cidade teve uma das pistas interditadas devido a um deslizamento na sexta-feira de manhã. A via foi liberada por volta das 13h.

O deslizamento acabou afetando o tráfego na rodovia Jorge Lacerda, que liga Blumenau a Gaspar. Foram registrados congestionamentos de até sete quilômetros durante a manhã.

Em Brusque, cerca de 140 pessoas ficaram desalojadas por causa de deslizamentos. Pelo menos 23 casas foram danificadas e 18 destruídas.

Litoral Norte

Dezenas de ruas de Balneário Camboriú e Itajaí, no Litoral Norte, ficaram alagadas. Em Itajaí, quatro famílias precisaram deixar as casas, que correm risco de desabar.

O bairro Fazenda foi um dos mais prejudicados. Por volta das 8h30min de sexta-feira, a água atingiu mais de um metro de altura. As ruas do bairro pareciam um riacho e a força da correnteza assustou os moradores.

Ainda em Itajaí, o acesso à praia Brava e à praia de Cabeçudas pela rua Tereza Francisca Pereira, morro de Cabeçudas, foi interditado no final da manhã desta sexta-feira depois que um deslizamento de terra derrubou parte do meio-fio e rachou o asfalto. Um desbarrancamento na rodovia Antônio Heil interditou a pista no sentido Brusque-Itajaí.

As aulas foram suspensas nesta sexta-feira nos campi da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) por conta da chuva em Itajaí e Balneário Camboriú.

Sul

Em Nova Veneza, no Sul, a chuva interditou o acesso à localidade rio Cedro Alto pela comunidade de Vila Maria. O pontilhão que fazia a ligação entre as duas comunidades foi arrastado pelo grande volume de água do rio São Bento.

Norte

No Norte do Estado, a Defesa Civil está em alerta. Em Joinville, bairros da zona Oeste, como Jativoca, Morro do Meio e Vila Nova, tiveram alguns alagamentos. Durante a sexta-feira, houve sete deslizamentos, mas nenhum foi grave.

Em Itapoá, onde 300 pessoas chegaram a ficar desabrigadas nas últimas semanas, a situação não é preocupante. O nível do rio acima está do normal, mas a maré baixa faz as previsões da prefeitura e da Defesa Civil serem menos pessimistas.

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