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 | 26/02/2003 22h09min

RBS lança campanha para duplicação da BR-101

Salvar vidas é o objetivo de uma campanha que começa nesta quinta, dia 27 de fevereiro, e só vai terminar quando for duplicada a BR-101 no trecho entre Palhoça (SC) e Osório (RS). Somente no ano passado, foram 133 mortes nesta parte da rodovia. 

Para solucionar o problema revelado por esse quadro trágico, a Rede Brasil Sul (RBS) está agilizando a campanha em prol da duplicação do trecho, que tem 348 quilômetros de extensão. A intenção é que a obra saia do papel por dois motivos relevantes: um deles é a preservação das vidas; o outro é o desenvolvimento econômico que a via irá proporcionar a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul.

A campanha foi denominada como Duplicação da BR-101 Sul: Esta Idéia Não Pode Morrer. Ela foi motivada pela angústia da população pela demora de solucionar o problema. A RBS pretende provocar uma solução definitiva ao assunto.

– Este é um compromisso da RBS com o Estado e com a sociedade. Não abriremos mão desta bandeira – ressalta o vice-presidente da empresa para Santa Catarina, Pedro Sirotsky.

Foram muitas as promessas desde 1997, quando começou a duplicação. O trecho Norte da rodovia foi concluído em janeiro de 2001, e o Sul não saiu do papel. O edital está parado, apesar de o governo federal prometer que a obra se iniciará em 2003.

A campanha publicitária está sendo desenvolvida pela Propague e será veiculada nas rádios, emissoras de televisão, jornais e na Internet pelo clicRBS nos dois Estados.

A necessidade da duplicação se comprova pelos números de acidentes. No ano passado foram 2.005 acidentes com 1.390 feridos e 117 mortes, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF). No trecho gaúcho da rodovia, entre Torres e Osório, foram registrados, no ano passado, 354 acidentes com 16 mortos e 171 feridos. 

A estatística de mortes é apenas no local do acidente. Um estudo científico comprovou que a cada morte no local, outras duas pessoas perdem a vida em seguida, durante o deslocamento ao hospital e na internação, lembra o professor de Engenharia de Tráfego da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, Mauri Adriano Panitz.

A cada vida perdida no trânsito, uma família inteira fica destruída com o trauma do acidente. Muitas destas histórias desastrosas estão nos arredores da BR-101 e não é preciso muito para encontrá-las. É fácil visualizar cruzes nas margens em homenagem aos mortos.

A duplicação do trecho Norte diminuiu o número de acidentes e mortes, acredita o assessor de comunicação social da PRF, Adilio Paiano. A capacidade de fluxo está esgotada: a estrada foi inaugurada em 1971 para um tráfego de 4.664 veículos ao dia. Hoje, o fluxo na estrada é de 25 mil diariamente, compara o vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina, Jose Antonio Latrônico.

HERMES LORENZON / DIÁRIO CATARINENSE
 
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