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 | 29/01/2003 07h30min

Partido de Sharon é o grande vencedor das eleições em Israel

Likud conseguiu 37 das 120 cadeiras do Parlamento

O Likud, partido do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, obteve uma grande vitória nas eleições gerais desta terça, dia 28, em uma onda de apoio a sua política de linha dura contra os palestinos que impôs uma esmagadora derrota aos partidos de esquerda que defendem a retomada de negociações de paz.

O partido de Sharon conquistou 37 das 120 cadeiras do Knesset, o Parlamento israelense, enquanto o rival Partido Trabalhista viu seu número de representantes cair de 25 para 19 depois da apuração dos votos.

A queda dos trabalhistas reflete o fato de o partido ter depositado confiança no líder palestino Yasser Arafat nas negociações de paz, perdendo espaço para a direita, na maior derrota já experimentada pela legenda. Antes das eleições, o Likud tinha apenas 19 assentos no Knesset.

O ex-aliado dos trabalhistas nas negociações de paz, o partido Meretz, viu sua posição no Knesset cair de 10 para seis vagas.

Ressaltando as divisões nestas eleições, o partido de centro Shinui ficou em terceiro lugar na disputa, aumentando sua participação de seis para 15 vagas no Parlamento, defendendo o abandono dos assentamentos judaicos como parte de um acordo e a concessão de autonomia para os palestinos em áreas de Jerusalém.

Sob o coro de "Ariel, Ariel" dos partidários do Likud, Sharon pediu em seu discurso de vitória por uma ampla coalizão no novo governo, sinalizando querer que o rival Partido Trabalhista una-se a ele.

– É tempo de nos unirmos. Estou anunciando hoje, que depois de o presidente me incumbir a tarefa de formar um governo, vou pedir a todos os partidos sionistas para juntarem-se em um governo de coalizão que será o mais amplo possível – disse Sharon.

Mas o líder do Partido Trabalhista, Amram Mitzna, descartou unir-se ao Likud depois de reconhecer sua derrota em um telefonema para Sharon logo após o término das eleições.

O presidente israelense, Moshe Katzav, deverá agora pedir a Sharon, como líder do maior partido no Parlamento, para formar um novo governo para enfrentar a crise econômica e a Intifada – levante popular palestino contra a ocupação israelense, que já dura 28 meses.

 
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