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Ministro admite retirar a BR-101 da listagem de obras canceladas

A obra de duplicação do trecho sul da BR-101 pode se tornar uma exceção à decisão de suspender todas as licitações de construção de estradas que foi anunciada no último sábado pelo governo federal. Nessa segunda, dia 6, em Brasília, o ministro dos Transportes, Anderson Adauto (PL), adiantou que por tratar-se de um projeto envolvendo recursos internacionais, e pela importância do eixo, o processo será enquadrado em uma lista de prioridades. No próximo dia 19, Adauto estará no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina para conhecer o assunto de perto.

– Vou ao Sul porque fui convidado pelos governos. Mas é claro que, também no caso das construções, trabalharemos com prioridades, e elas se concentrarão nos eixos rodoviários onde há maiores problemas – afirmou.

Adauto afirmou que, a partir da próxima semana, definirá a análise dos editais. No último sábado, o ministro havia anunciado a suspensão de todas as licitações abertas nos últimos quatro meses. No total, são 60 licitações que representam a suspensão de um gasto de R$ 5 bilhões. Somente o trecho Sul da BR-101 – de Palhoça (SC) e Osório (RS) – totaliza R$ 1 bilhão, mas o Banco Mundial participa com o financiamento dos recursos.

Adauto reconheceu nessa segunda, logo após sair de uma reunião com o comando do Exército, que agora todas as atenções do governo – e os recursos disponíveis – estarão voltadas para a recuperação das rodovias já existentes, especialmente agora, logo depois do período de chuva. Para viabilizar esses processos, dentro de custos menores e garantia de fiscalização, Adauto esteve reunido com o ministro da Defesa, José Viegas, e com os comandantes da Marinha e do Exército. Viegas afirmou que o governo federal poderá com o cooperação da Defesa no programa de recuperação de estradas e com a participação da Marinha no balizamento na sinalização do canais de navegação. O processo de parceria começa em fevereiro.

– As possibilidades de cooperação são amplas, os horizontes são os melhores. A única restrição verdadeira é o limite de recursos – esclareceu Viegas.

Na próxima segunda, dia 13, já haverá a primeira reunião de trabalho de representantes do Ministério dos Transportes e do Exército para o detalhamento da formação dessa parceria. Atualmente, o Exército dispõe de 11 batalhões de construção de estradas, com 625 homens por batalhão.

No caso dessa parceria, o Ministério da Defesa entraria com a experiência de construção de estradas e com o pagamento dos salários. Em um primeiro momento, o ministro da Defesa calcula que o Exército teria capacidade para construção de 800 a mil quilômetros de estradas por ano.

– Seria uma parceria ampla. De fiscalização de obras em andamento a recuperação e construção – disse o ministro dos transportes.

A decisão do governo federal de suspender as licitações de obras de estradas federais em andamento causou mal-estrar dentro da base do próprio governo. O deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) pretende se reunir na próxima semana com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o próprio ministro dos Transportes para defender o andamento da licitação.

– É importante que a licitação ocorra neste ano para que a obra comece e termine ainda nesse governo – defende.

CAROLINA BAHIA
 
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