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 | 17/05/2008 04h32min

Morales e Humala encerram 3ª Cúpula dos Povos em Lima

Encontro aconteceu em paralelo à 5ª Cúpula América Latina-Caribe-União Européia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, e o líder da oposição peruana, Ollanta Humala, encerraram hoje a 3ª Cúpula dos Povos, realizada em Lima, com discursos contra o novo colonialismo e os Tratados de Livre-Comércio.

Cercadas por fortes medidas de segurança, milhares de pessoas aguardaram durante horas pela chegada dos dirigentes ao centro da capital peruana.

Este festivo encontro, que contou com a apresentação de vários grupos musicais latino-americanos, foi o ponto final de vários dias de debates, festejos e atos políticos na Universidade Nacional de Engenharia (UNI), sede desta cúpula alternativa. O encontro aconteceu em paralelo à 5ª Cúpula América Latina-Caribe-União Européia, também realizada em Lima.

Em seu discurso, Morales afirmou que "só haverá justiça quando o modelo neoliberal e capitalista for liquidado", ao considerar que essa é "a única forma de acabar com a pobreza".

O governante boliviano rejeitou a privatização dos serviços básicos, que qualificou de "direitos humanos", e pediu aos Governos "que não defendam as empresas que vendem estes serviços".

— Quando cheguei ao Governo, não faltaram pessoas que afirmavam que "este índio não resistiria por muito tempo". Mas, depois de um ano, esses inimigos, que são o colonialismo interno e externo, precisam fazer algo para me tirar do poder. Essas pessoas não querem perder seus privilégios e acreditam que é possível derrubar o "índio". Eles podem até conseguir isso, mas jamais conseguirão derrubar o povo — disse Morales. Humala disse que "existem duas Américas, mas os europeus não percebem isso porque há um problema de culturas".

— Se os europeus nos conhecessem mais veriam que o Peru não quer um Tratado de Livre-Comércio, mas um comércio justo —disse o líder opositor, que exigiu ainda o estabelecimento de "uma nova democracia".

Sobre a delicada situação vivida pela Bolívia, Humala afirmou que Morales "vencerá o processo revogatório e sairá fortalecido dessa situação", em alusão ao plebiscito de legitimidade que o dirigente boliviano enfrentará no dia 10 de agosto.

EFE
 
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