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 | 16/05/2008 08h08min

Dirigente da TBZ nega cheques sem fundos

Integrante do consórcio que construirá a arena do Grêmio é investigada pelo MP português

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

O administrador comercial da TBZ, José Simão, disse ontem que a direção do Grêmio não tem motivos para desconfiar da imagem da empresa.

Integrante do consórcio que ganhou a concorrência para construir a arena do clube, a TBZ é investigada pelo Ministério Público português por fraudes como emissão de cheques sem fundo e falsificação de artigos esportivos de clubes como Benfica, Sporting, Porto e Real Madrid.

— Uma coisa nada a tem a ver com a outra — afirmou José Simão, dizendo não ter maiores informações da parceria com o Grêmio para a construção da arena por atuar em outra área.

Ele desmente que a TBZ tivesse emitido um cheque sem fundo de 12,5 mil euros (R$ 32,06 mil) para Carlos Gaspar, que atua como um de seus fornecedores. A informação foi publicada pelo jornal 24 Horas, de Portugal. Explica que o cheque foi bloqueado porque Gaspar devia 140 mil euros (R$ 359,1 mil) a empresa e se recusava a pagar.

— É um bandido. Ingressamos com processo contra ele — reagiu Simão.

Como havia dito no direito de resposta publicado pela TBZ no 24 Horas, ele disse desconhecer que a empresa esteja sendo investigada pelo MP.

Quanto à acusação de falsificação dos produtos, assegurou que uma das principais preocupações da TBZ é o combate à pirataria.

— Somos a empresa que mais combate a pirataria em Portugal. Nosso jurídico está permanentemente preocupado em apreender produtos pirateados. É claro que temos alguns inimigos. É uma guerra — ressaltou.

Simão definiu como "completamente falsa" a informação de que Benfica, Sporting, Porto e Real Madrid estariam rompendo os contratos de exploração de direito de imagem por conta das denúncias.

Entenda o caso
- A TBZ é uma empresa portuguesa que atua na área de gestão de estádios e de marcas de clubes de futebol, como Porto, Benfica, Sporting e Real Madrid
- Dia 27 de março, em votação no Conselho, o consórcio formado por ela e pela construtora brasileira OAS ganhou da Odebrecht a concorrência para construir a arena do Grêmio
- Dia 28 de abril, o jornal português 24 Horas divulgou que a TBZ é alvo de investigação do MP português por passar cheques sem fundos e piratear produtos
- Até o final de junho, deverá estar assinado o contrato entre o Grêmio e a TBZ-OAS. A assinatura só ocorrerá após votação pelo Conselho Deliberativo
- A arena será construída no Bairro Humaitá, zona norte da Capital. A previsão é de que esteja concluída em janeiro de 2012
- Durante 20 anos, o consórcio TBZ-OAS oferece ao Grêmio 65% de participação dos lucros gerados pelo empreendimento, que contará com hotel, shopping center, área residencial, centro empresarial e estacionamento.
- Após esse período, toda a renda ficará com o Grêmio
- Em troca, recebem a área do Olímpico, que só será entregue após a conclusão da arena

 
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