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 | 07/04/2008 17h31min

Apenas três técnicos sobrevivem ao troca-troca no Estadual

Somente Alexandre Gallo, Leandro Machado e Mauro Ovelha não mudaram de clube

Michele Cardoso  |  michele.cardoso@rbsonline.com.br

A duas rodadas do encerramento do returno, é hora de começar a fazer o balanço do Estadual. Obedecendo as oscilações da tabela, nove times fizeram troca-troca de técnicos nestas 20 rodadas realizadas. Apenas três sobreviveram durante toda a competição no mesmo time: Alexandre Gallo, do Figueirense; Leandro Machado, do Criciúma; e Mauro Ovelha, do Marcílio Dias.

Gallo é sinônimo de confiança no Figueira

O Figueirense fez uma campanha curiosa até a conquista do título do turno. Terminou invicto, arrancou nas últimas três rodadas e garantiu a vaga na fase final. Estreou com goleada sobre o Juventus, venceu os três clássicos (contra o JEC, o Tigre e o Avaí), e empatou contra equipes tecnicamente mais fracas, como Guarani, Brusque e Cidade Azul.

Não disparou na tabela em nenhum momento, cresceu pelas beiradas e levou o título de lambuja, por uma combinação de resultados e tropeços do Avaí e do Criciúma — nas últimas três rodadas do turno, enquanto o Figueira garantiu sete pontos, o Avaí somou apenas três e o Tigre cinco.

Com a campanha eqüilibrada, o técnico Alexandre Gallo conquistou ainda mais a diretoria do clube. No returno, o time sofreu três derrotas: diante do Juventus, do Tigre e do Avaí. Mesmo assim, em entrevista à CBN/Diário na última sexta-feira, o diretor de futebol do Figueirense, Rodrigo Prisco, deixou claro que não faz parte dos planos do clube trocar de técnico.

Paulista de Ribeirão Preto, Gallo chegou ao Figueirense em setembro de 2007. O treinador foi auxiliar de Wanderley Luxemburgo na conquista do título brasileiro de 2004, com o Santos, e em 2007 ganhou dois títulos: campeão Pernambucano, com o Sport, e Campeão da Recopa, pelo Inter. Pelo Figueirense, terminou 2007 na 13ª colocação do Brasileirão e por pouco não conquistou uma vaga na Copa Sul-Americana de 2008.

Leandro Machado veste a camisa do Tigre

O gaúcho de 43 anos, Leandro Machado, chegou ao Tigre no dia 3 de dezembro. No turno do Catarinense, só perdeu para Figueirense e Guarani. Neste returno, está na liderança e detém a condição de invicto.

Além da campanha estável, com muito mais altos que baixos, Leandro é firme no comando do grupo e veste, literalmente, a camisa do tricolor sejam quais forem as circunstâncias. Já levou cartão vermelho por reclamações à arbitragem e a voz do comandante não se cansa na lateral do campo — é facilmente ouvida das arquibancadas e nas transmissões de TV.

O método do gaúcho, até o momento, vem dando certo e agradando à diretoria do clube. No começo da competição, porém, inúmeras vezes o treinador solicitou a contratação de reforços. Vieram alguns, como Wescley, Valdeir e, por último, já em março, Zulu.

A boa fase do Criciúma e do técnico Leandro Machado no Catarinense foi comprovada em âmbito nacional quando o time conseguiu a classificação à terceira fase da Copa do Brasil, depois de vencer o Baraúnas (RN) e o Icasa (CE).

Os altos e baixos de Mauro Ovelha

Após a contratação de Mauro Ovelha, em setembro de 2007, o Marcílio Dias conquistou dois títulos: a Copa Santa Catarina, que garantiu a vaga do Marinheiro na Série C do Brasileirão, e a Recopa Sul-Brasileira. O técnico chegou ao Catarinense como o grande trunfo do Marcílio Dias. O time prometia incomodar desde o início do turno. Mas não passou de promessa.

Até a sexta rodada do turno, o Marcílio só conquistou uma vitória — por 1 a 0, diante do Cidade Azul. A má campanha fez com que o técnico deixasse seu cargo à disposição. A diretoria, porém, fez o caminho inverso: convenceu Mauro Ovelha a ficar.

O voto de confiança deu resultado positivo. O Marcílio goleou o Juventus, resultado que reergueu as expectativas do clube que surpreenderia no Estadual. O Marinheiro ainda venceu o JEC, por 1 a 0, e foi aí que o clube passou por uma prova de fogo. O goleiro Marcelo Vacaria morreu em um acidente de carro e Mauro Ovelha, mais uma vez, soube conduzir o grupo na triste situação em que se encontrava.

No returno, o time encontru mais estabilidade. Para isso, foi fundamental a força e a determinação do técnico, alvo de orgulho da diretoria marcilista. Até a nona rodada, o Marinheiro sofreu apenas duas derrotas, empatou quatro e venceu três jogos, ocupando o quinto lugar tanto do returno quanto da classificação geral, além de ter descartado o risco de rebaixamento.

Nove times entraram no troca-troca

Dos 12 times participantes do Catarinense, nove trocaram de técnico. O primeiro a cair foi Lio Evaristo, do Metropolitano, após derrotas nas duas primeiras rodadas — 2 a 0 para o Brusque e 4 a 1 para o Criciúma. César Paulista assumiu o comando do time e levou o Metropolitano à condição de quarto na classificação geral, garantindo a vaga na Série C do Brasileirão 2008.

Já o recordista no troca-troca foi o Cidade Azul: Joceli dos Santos caiu na quinta rodada do turno; depois, o time foi comandado por Robertinho; já na sétima, por Alexandre Pandóssio; e, na terceira rodada do returno, foi assumido pelo atual técnico Arnaldo Lira.

Dos técnicos que saíram dos seus times originais, Joceli dos Santos, Agenor Piccinin, Nasareno Silva e Abel Ribeiro continuam disputando a competição, porém, defendendo outros clubes.

Matéria atualizada às 18h37min.

 
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